Nobel da Economia atribuído a Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer por investigação para reduzir a pobreza mundial

A Academia Sueca atribuiu o prémio Nobel da Economia a Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer pela criação de métodos experimentais para avaliar a melhor forma de reduzir a pobreza.

A Academia Sueca atribuiu o prémio Nobel da Economia de 2019 aos economistas Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer pela criação de métodos experimentais que possibilitam a análise das melhores formas de reduzir a pobreza. Esther Duflo é apenas a segunda mulher a vencer o prémio Nobel da Economia nos seus 50 anos de história.

O indiano Abhijit Banerjee e a francesa Esther Duflo, ambos economistas no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e o economista norte-americano Michael Kremer, de Harvard, foram premiados pelo impacto da sua abordagem experimental para a a avaliação e implementação de políticas de combate ao desemprego nos países menos desenvolvidos.

Segundo a Academia, a abordagem desenvolvida por estes investigadores “identifica formas eficientes de reduzir a pobreza mundial”, ajudando a identificar as causas da pobreza, os efeitos das políticas em curso e facilita a análise custo-benefício das diferentes políticas para reduzir a pobreza.

A abordagem destes economistas “transformou a investigação na economia do desenvolvimento” em áreas como a saúde, a educação e a agricultura, entre outros, diz a Academia, que deu o exemplo da Educação para explicar o impacto e as conclusões já retiradas através da abordagem.

Segundo a Academia, os investigadores criaram uma abordagem que desagrega as várias dimensões de um problema — como a falta de avanços na Educação dos alunos num país em desenvolvimento — e faz experiências para perceber que políticas têm resultado e quais não têm. Uma das conclusões das experiências desenvolvidas através desta abordagem, foi que providenciar material escolar por si só em zonas onde este está em falta não melhora os resultados, mas que há outras insuficiências que têm de ter resposta em conjunto para que os resultados melhorem.

Ao telefone com a Academia, Esther Duflo respondeu a algumas questões dos jornalistas presentes na apresentação do prémio e explicou que o objetivo dos investigadores é “garantir que o combate à pobreza é feito com base em provas científicas”.

Para dizer a verdade, não pensei que fosse possível ganhar o prémio Nobel antes de ser significativamente mais velho do que qualquer um de nós os três somos”, disse a economista francesa.

Esther Duflo é a segunda mulher a ser premiada com o Nobel da Economia na história do prémio, que começou a ser atribuído em 1969. Sobre esta questão, a economista francesa disse que “acontece numa altura extremamente importante e oportuna”.

A economista francesa foi questionada sobre como vê a turbulência na economia mundial derivada da guerra comercial e de eventos como Brexit, e em resposta defendeu que é preciso superar a instabilidade que se vive e que o mundo se volte a concentrar nos que mais precisam.

“Vivemos tempos turbulentos, quando muitas pessoas em países ricos estão profundamente preocupadas com a sua posição no mundo, têm um sentimento de que perderam a sua dignidade, e sentem que não têm a posição no mundo que merecem. Isso está provavelmente na raiz de muita da instabilidade que vemos”, explicou.

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