UniCredit corta custos e vai despedir funcionários

Já são conhecidos mais detalhes do plano de reestruturação do UniCredit, o maior banco de Itália. A instituição tenciona recapitalizar-se em 13 mil milhões de euros até 2019, num processo que envolve profundos cortes nas despesas, venda de ativos, emissão de direitos e redução do número de trabalhadores.

Segundo a agência Bloomberg, o banco liderado por Jean-Pierre Mustier empregava 123 mil pessoas no final de setembro. O número irá cair ao longo dos próximos anos, estando previstos despedimentos de 14 mil funcionários até 2019, a deadline para a execução das metas previstas. O novo plano de reestruturação inclui, por isso, o despedimento de mais 6500 trabalhadores, totalizando 14 mil dispensados.

O plano já está em vigor e inclui nos principais objetivos fechar o ano de 2019 com 4,7 mil milhões de euros de lucro. Para tal, ao longo dos próximos três anos, o banco tentará desfazer-se dos altos níveis de crédito malparado, bem como vender alguns ativos — já deu mão da Pioneer e de uma participação no banco polaco Pekao.

De acordo com a agência, o UniCredit tem tido dificuldades de capital devido à sua complexa estrutura. Só na última década, a instituição financeira aplicou cerca e 60 mil milhões de euros em aquisições e participações noutras empresas, algo que Mustier, que tomou as rédeas do banco em junho, tem tentado inverter.

Em causa, o período especialmente sensível que o país atravessa: a queda de Matteo Renzi após rejeição da reforma constitucional em referendo, a maior recessão italiana desde a segunda grande guerra e taxas de juro em mínimos históricos. Ainda assim, o UniCredit apresentou lucros de 447 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, mas uma queda de 12% em relação ao período homólogo. As ações da instituição já perderam mais de metade do valor desde o início do ano.