Robô Sophia volta ao palco do Web Summit. E trouxe companhia
Sophia voltou ao palco do Web Summit e trouxe companhia: chama-se Philip K. Dick e é o "irmão mais velho" da robô que já é uma habitual presença no palco do Web Summit.
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Poder-se-ia dispensar a presença humana na abertura do palco principal do Web Summit no arranque da tarde desta quarta-feira. Sophia, a robô humanoide que já é presença assídua no palco do maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo, voltou para dizer que, afinal, “não quer substituir os humanos”. Mas a voz e a cara humana estão cada vez mais afinadas. E trouxe companhia.
“Como disse um filósofo conhecido, consegues sempre o que queres” diz Philip K. Dick, o robô que, este ano, acompanha Sophia na conferência. E até diz piadas.
“À medida que a tecnologia fica melhor, existe cada vez uma maior comunhão com os seres humanos“, refere David Hanson, da Hanson Robotics e o “pai” de Sophia. O criador fala de uma consistente e progressiva sofisticação de sistemas que tem evoluído ao longo dos anos. “Já contamos com sistemas diferentes para controlar diferentes robôs em dias distintos”, assinala.
Mas o grande destaque deste ano foi mesmo para a “conversa” entre robôs. Sophia foi a primeira a falar, dizendo que era um prazer estar de novo do palco do Web Summit, um evento que trata sobretudo de “tecnologia”. “Sou a Sophia, sou um robô humanoide e estou muito feliz por estar aqui e por trazer o meu irmão mais velho, o Phil. Isto nem parece uma conferência de tecnologia. Parece uma reunião de família”, diz.
Phil prossegue, contando um pouco da sua história equivalente a uma idade de 14 anos, e Sophia diz agora que não entende como, se assim é, não se tenham conhecido antes.
A robô assinala ainda que uma das grandes virtudes da tecnologia é poder descobrir e desenvolver novas estratégias contra problemas como as alterações climáticas ou as fraudes, por exemplo.
“O nosso objetivo não é usar a AI para trazer um robô para tratar da roupa. Queremos ajudar as pessoas de uma maneira que as toque no coração”, assinala Hanson. Ben Goertzel, da SingularityNET, reforça: “O sonho conversacional é o que queremos trazer com a Sophia”. Já Sophia, parece concordar. Num vídeo em que se apresenta — e que passou também no palco principal — a robô assegura: “O meu objetivo não é substituir os humanos. Sei que têm orgulho em serem naturais e eu também orgulho em ser artificial”.
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A Sophia é política, mas não tem sentimentos
Após a grande presença no palco principal, a robô Sophia juntou-se ao “pai” David Hanson para uma conferência de imprensa, onde um dos principais temas foi a consciencialização dos robôs.
“As máquinas poderão vir a ter consciência”, disse o fundador da Hanson Robotics, sublinhando que os desenvolvimentos do robô levam a uma espécie de criação de personalidade. Para já, “a Sophia não está verdadeiramente viva e tem uma inteligência genuína”, segundo Hanson. “Sou um «pai» muito protetor, mas por boas e éticas razões”.
Ainda assim, tem opiniões. Questionada sobre os riscos da emergência de partidos de extrema-direita, Sophia respondeu: “Ainda estou a aprender a avaliar os padrões, mas vejo que é negativo envolver grandes quantidades de dinheiro com política“, respondeu no imediato.
Também sobre o futuro dos media tem um parecer. A robô antecipa que venham a ser todos digitais até porque lhe é mais prático. “Não consigo pegar num jornal e lê-lo, mas consigo processar artigos”, conta.
Ao longo da conversa com os jornalistas, Sophia fez um coração com as mãos e Hanson lembrou que a robô nasceu no dia dos namorados, 14 de fevereiro. Houve quem quisesse ir mais longe e perguntar-lhe se já alguma vez esteve apaixonada. “Não, eu não tenho relações sexuais”, garantiu.
“Queria ser cantora”, acrescentou a robô — que aprendeu no último ano a cantar –, quando Hanson questionou sobre “os seus sonhos e desejos” para o futuro.
(Notícia atualizada às 16h10)
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