Risco de Espanha face a Portugal agrava-se com impasse político. Diferencial de juros em recorde
O risco de Espanha está a agravar-se face a Portugal, com a perceção dos investidores em relação a nuestros hermanos a ser negativamente afetada pelo resultado das eleições deste domingo.
O risco de Espanha face a Portugal está a agravar-se esta manhã nos mercados internacionais, com a perceção dos investidores em relação a nuestros hermanos a ser negativamente afetada pelo resultado das eleições deste domingo e que apontam para a continuação do impasse político do outro lado da fronteira.
O diferencial entre os juros da dívida espanhola a dez anos face à dívida portuguesa esta a aumentar esta manhã para 8,0 pontos. Nunca a diferença entre os dois países foi tão pronunciada, o que indica que os investidores assumem maior risco em deter obrigações espanholas do que obrigações portuguesas.
Os juros dos títulos espanhóis a 10 anos estão a aumentar quase cinco pontos base, com a taxa a negociar nos 0,417%, segundo os dados da agência Reuters. Enquanto isso, a taxa portuguesa está nos 0,337%, registando um agravamento de 4,3 pontos base esta manhã. Já os juros alemães estão imunes a esta pressão, mantendo em terreno negativo: -0,27%.
O PSOE, de Pedro Sanchez, voltou a vencer as eleições, mas sem maioria, mantendo-se o impasse no cenário político em Espanha, com reforço da extrema-direita. Os socialistas tiveram 28% dos votos e 120 deputados eleitos, seguido pelo Partido Popular que obteve 20,82% dos votos, elegendo 88 deputados. Nestas eleições, o Ciudadanos — onde o líder Albert Riveras já apresentou a demissão após a hecatombe eleitoral — foi ultrapassado pelo partido de extrema-direita Vox, que tinha 24 deputados e deverá eleger 52, pelo partido de extrema-esquerda Unidas Podemos, que passa dos atuais 42 para 35 deputados e pelos independentistas da Esquerda da Catalunha (ERC) que caiu para 13 deputados eleitos (tinha 15).
Risco de Espanha agrava-se
Fonte: Reuters
“O caminho para um governo de coligação é ainda incerto com este resultado”, diz Peter Chatwell, analista da Mizuho, citado pela Reuters. Federico Santi, da Eurasia Group, referiu que terceiras eleições consecutivas, depois de duas eleições este ano, tornou-se agora mais provável, embora este cenário seja visto como último recurso.
Nas bolsas, os dois índices de referência da Península Ibérica estão a cair mais de 0,50%. O PSI-20, o benchmark nacional, cede 0,57% para 5.274,57 pontos, com BCP e CTT sob maior pressão. O IBEX-35 cai 0,54% para 9.343,0 pontos.
Ambos acompanham a tendência negativa europeia, que se verifica desde os primeiros minutos da negociação, com os investidores mais avessos ao risco perante o agravamento das tensões em Hong Kong. O Stoxx 600 desvaloriza 0,38% para 403,87 pontos.
(Notícia atualizada às 12h25)
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