Crescimento global vai continuar lento com desaceleração dos grandes motores económicos
Crescimento global deverá manter-se lento nos próximos dois anos, devido ao abrandamento das principais economias mundiais, descartando, uma recessão à escala global em 2020 ou 2021, alerta Moody’s .
A agência de rating Moody’s indicou esta quinta-feira que o crescimento global deverá manter-se lento nos próximos dois anos, devido ao abrandamento das principais economias mundiais, descartando, contudo, uma recessão à escala global em 2020 ou 2021.
“O crescimento global vai manter-se lento nos próximos dois anos. À medida que a economia global continua a desacelerar em direção a uma tendência [de crescimento] de longo prazo mais baixa, os empresários nas principais economias tornaram-se pessimistas no âmbito da elevada incerteza relativamente às políticas comerciais”, indica a Moody’s no relatório hoje divulgado.
Na análise de Madhavi Bokil, vice-presidente da Moody’s, a agência de notação financeira adianta, contudo, que “não prevê que a economia global entre em recessão em 2020 ou 2021″.
“No entanto, o ambiente económico atual é caracterizado por um crescimento estruturalmente baixo, baixa inflação e margem política limitada, tornando a economia global mais vulnerável a desenvolvimentos negativos”, lê-se no documento.
A Moody’s mantém as suas estimativas de crescimento para as economias do G20 de 2,6% em 2020, o mesmo ritmo de crescimento antecipado para este ano, prevendo uma “ligeira recuperação” para 2,8% em 2021.
A agência de notação financeira acrescenta que a estagnação da produtividade e tendências demográficas adversas em muitos países estão a penalizar o crescimento potencial.
A Moody’s refere também que no topo dos riscos económicos está um “agravamento das disputas comerciais”.
“Apesar de um acordo comercial parcial entre os Estados Unidos e a China corresponder a um progresso significativo na redução das tensões, na nossa opinião, não reduziria substancialmente a incerteza comercial predominante que está a pesar nas decisões de negócios”, indica a agência de notação financeira.
A Moody’s indica ainda que o abrandamento económico conduziu a “políticas monetárias acomodatícias sincronizadas”, visto que os principais bancos centrais, quer nas economias avançadas quer nas emergentes, aligeiraram as suas políticas monetárias.
A agência de notação financeira indica ainda que a incerteza em torno do ‘Brexit’ vai continuar em 2020 e que “o crescimento da zona euro continua morno”, frisando que o bloco regista o seu mais lento ritmo de crescimento em cinco anos.
“As condições externas adversas decorrentes de uma desaceleração generalizada da procura global, o crescimento mais lento na China, as persistentes preocupações comerciais e com o ‘Brexit’ contribuíram para o enfraquecimento do setor industrial, que continua a penalizar a confiança dos empresários e a pesar nas perspetivas de crescimento”, lê-se no relatório.
A Moody’s antecipa um crescimento de 1,1% na zona euro este ano, 1,2% no próximo e 1,4% em 2021.
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