Créditos ao consumo? Cada português tem dois, em dois bancos
Dados da CRC revelam que existem 11 milhões de contratos de crédito ao consumo num total de 25 mil milhões de euros. Apenas oito bancos concentram dois terços do valor total do crédito ao consumo.
A concessão de crédito ao consumo está em máximos em Portugal, sendo que os portugueses têm em média dois empréstimos com esse fim e em dois bancos, segundo dados divulgados na conferência anual da ASFAC, nesta terça-feira.
Os dados que constam da Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) do Banco de Portugal foram partilhados por António Marques Garcia, diretor do Departamento de Estatísticas do Banco de Portugal.
O mesmo responsável explicou que no final de setembro existiam cerca de 11 milhões de contratos de crédito ao consumo vivos, número que sustentam os cerca de 25 mil milhões de euros do stock dos empréstimos com esse fim em Portugal.
Tendo em conta esse universo de contratos de crédito, os números da entidade liderada por Carlos Costa apontam para que, em média, cada cliente bancário tenha dois contratos de crédito ao consumo em 1,8 bancos. “Isto significa que cada cliente que tem crédito ao consumo usa, em média, dois bancos para fazer este tipo de crédito”, afirmou António Marques Garcia.
O grosso dos empréstimos com esse fim estão ainda nas mãos de relativamente poucas instituições financeiras. Mais em concreto, apenas oito bancos têm cerca de dois terços do total do crédito ao consumo.
O mesmo responsável revelou ainda que, em média, são feitos por mês aproximadamente 226 mil novos créditos ao consumo, explicando que a maioria são relacionados com cartões de crédito e crédito pessoal.
No que respeita à evolução da nova concessão de crédito ao consumo, o responsável do Banco de Portugal revela alguma preocupação. Após uma desaceleração do ritmo de crescimento dos novos financiamento, os dados mais recentes do Banco de Portugal apontam para uma inversão de sentido.
“Consigo antecipar que aquela descida que vimos há uns meses não vai continuar“, afirma António Marques Garcia, lembrando ainda que “os montantes de crédito concedido nos últimos meses está a acelerar, e tão importante quanto isso é que esses contratos estão a ter prazos mais dilatados do que no passado”.
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