Venda de novos seguros no ramo vida deverá cair cerca de 10% em 2019
"Depois de dois anos de crescimento no ramo vida, em 2019 prevemos uma quebra que, provavelmente, estará à volta dos 9/10% comparando com a produção nova do ano anterior", diz presidente da APS.
Para o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), a venda de novos produtos no ramo vida deve ter registado uma quebra em torno dos 10% este ano e que “a venda de novos PPR caiu brutalmente”.
“Depois de dois anos de crescimento no ramo vida, em 2019 o que prevemos é uma quebra que, provavelmente, estará à volta dos 9/10% comparando com a produção nova do ano anterior“, afirmou José Galamba de Oliveira, presidente da APS, em declarações à Lusa esta quinta-feira.
No ramo Vida inserem-se os seguros vida/risco, muito usados nos créditos à habitação, PPR – Planos de Poupança Reforma e produtos de capitalização, enquanto os seguros do ramo não-vida incluem os seguros de acidentes de trabalho, seguros automóvel, seguros de doença, seguros de incêndio, entre outros.
O presidente da APS explicou que, ao contrário da tendência no ramo não-vida, no ramo vida verifica-se, este ano, “uma quebra na nova produção, ou seja, na venda de novos produtos”, adiantando tratar-se “tipicamente dos PPR, que cresceram bem nos anos de 2017 e 2018”, enquanto “em 2019, a venda de novos PPR caiu brutalmente, muito devido ao ambiente de muito baixas taxas de juro e, portanto, a atratividade deste tipo de produtos é hoje menor do que há um tempo”.
José Galamba de Oliveira adiantou que as taxas de juro negativas na Europa têm “obviamente impacto na oferta das seguradoras”, acrescentando que, também não existe hoje em dia oferta de seguros de outro tipo da área de vida, os seguros de capitalização. Já no ramo não-vida, o presidente da APS afirmou que se regista “uma tendência de crescimento muito idêntica aos anos anteriores, à volta dos 8%, que obviamente tem muito a ver com a atividade económica”.
José Galamba de Oliveira frisou que “a economia continua a crescer e, portanto, vendem-se também seguros de acidentes de trabalho, automóvel, de incêndio, e seguros de saúde, etc.”. Questionado sobre as perspetivas para 2020 e sobre quais serão os principais desafios, o presidente da APS referiu que nas duas linhas de negócios “as tendências serão muito iguais às deste ano”.
“Acredito que, na área não-vida, vamos continuar a ter crescimentos até porque a economia mantém uma dinâmica de crescimento para o próximo ano, ainda que possa haver algum arrefecimento”, disse, adiantando que “também não se esperam grandes novidades em termos do ramo não-vida”, uma vez que, provavelmente “o ambiente de taxas de juro muito baixas ainda está para durar”.
Relativamente aos grandes desafios, o presidente da APS frisou que são sobretudo de médio prazo, relacionados, nomeadamente, com “o envelhecimento da população que vai trazer custos acrescidos na área da saúde”, além da necessidade de novos apoios, por parte de cuidadores formais ou informais. “O Portugal dos próximos anos em termos de demografia é, obviamente, diferente do Portugal de há 20 anos e, portanto, nós, enquanto seguradoras que vendemos proteção às pessoas, temos que ir adequando a nossa oferta a estas novas realidades“, frisou.
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