Governo gasta quase 1.000 milhões de euros para pagar dívidas dos hospitais em 2019
O Governo vai injectar mais 550 milhões de euros nos hospitais para que estes saldem dívidas a fornecedores. Montante junta-se aos 445 milhões já utilizados este ano.
O Governo vai usar, este ano, um total de quase mil milhões de euros para injetar nos hospitais para que estes possam saldar as dívidas junto dos fornecedores. A ministra da Saúde anunciou esta quarta-feira que haverá mais um reforço até ao final do ano. Mas mesmo com este suplemento não será eliminada por completo a dívida.
No Conselho de Ministros extraordinário desta quarta-feira, o Governo anunciou a aprovação de uma resolução que prevê “desde já um reforço orçamental de 550 milhões de euros destinado à redução de stock de pagamentos em atraso”.
“Os 550 milhões de euros acrescem aos cerca de 445 milhões de euros que já foram injetados durante este ano”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério da Saúde.
Com este valor, e o que já tinha sido injetado antes, sobe para 995 milhões de euros o reforço dado aos hospitais para pagar dívidas a fornecedores.
Dívidas em atraso dos hospitais
Este valor acresce aos 1.400 milhões de euros de reforço para pagamento de dívidas a fornecedores que foi anunciado pelo anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. No final de 2017 foram transferidos para os hospitais 900 milhões de euros para este efeito a que se juntaram 500 milhões em 2018.
Ainda haverá dívida para pagar em 2020
Estas dívidas, que até outubro somaram 735,1 milhões de euros, são o espelho da suborçamentação. Em 2019, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) teve um reforço no seu orçamento superior a 600 milhões de euros e ao longo do ano o Governo foi falando em aumentos de despesa que permitiram colocar os gastos em níveis pré-troika.
No entanto, estas verbas não foram suficientes para um setor pressionado por mais procura, mas também mais gastos com recursos humanos depois dos reforços em médicos e enfermeiros nos anos mais recentes.
Por este motivo, o Governo anunciou também esta quarta-feira um reforço no Orçamento inicial da saúde de 800 milhões para 2020. Parte desta verba – não se sabe quanto – servirá também para pagar dívida, explica o comunicado do Governo.
O que significa que o reforço total de quase mil milhões de euros este ano não vai eliminar a dívida dos hospitais aos fornecedores. Quando preparou o Orçamento do Estado para 2019, o Governo tinha como meta acabar com a dívida dos hospitais a fornecedores este ano. Mas em maio deste ano publicou um despacho onde admitia que em 2020 ainda haveria 93 milhões de euros de dívidas a fornecedores para pagar.
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