China não confirma acordo comercial. Wall Street abre em queda e ignora ganhos na Europa

Wall Street abriu com perdas ligeiras, ignorando por completo a maré de ganhos na Europa. Dúvidas sobre o acordo comercial vindas da China e um tweet de Donald Trump estão a provocar nervosismo.

As bolsas norte-americanas abriram sem rumo, ignorando a valorização expressiva da maioria dos ativos de risco nos mercados europeus e asiáticos. Apesar de a vitória de Boris Johnson no Reino Unido ter eliminado parte da incerteza do Brexit, os investidores não estão certos de que os EUA e a China tenham mesmo fechado um primeiro acordo, como tinha sido noticiado esta quinta-feira.

Dois dos três principais índices norte-americanos fecharam a última sessão em recorde, reagindo positivamente às notícias de que só falta a assinatura de Donald Trump para concluir a primeira fase do acordo comercial com a China. No entanto, o The Wall Street Journal noticia esta sexta-feira que o regime chinês não quis confirmar a existência de um acordo, injetando nova incerteza nos mercados.

A existência de informações contraditórias está a provocar nervosismo nos mercados acionistas norte-americanos. Depois de fechar num máximo histórico, o S&P 500 cede 0,08%, para 3.165,98 pontos. O tecnológico Nasdaq, outro índice que fechou esta quinta-feira na cotação mais alta de sempre, perde 0,05%, para 8.712,80 pontos. O industrial Dow Jones recua 0,03%, para 28.124,50 pontos.

China evita falar em acordo, Trump desmente

Num briefing habitual para a imprensa, uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, citada pelo jornal norte-americano, não quis confirmar a existência de um acordo comercial com os EUA. Hua Chunying disse apenas que “qualquer acordo deve ser mutuamente benéfico”.

Porém, alguns minutos antes da abertura das bolsas em Nova Iorque, Donald Trump recorreu ao Twitter para atacar o jornal financeiro: “A notícia do The Wall Street Journal sobre o acordo comercial é completamente errada, especialmente a declaração sobre as tarifas. Notícia falsa! Deviam encontrar uma fonte melhor!”, escreveu o presidente dos EUA.

Porém, o tweet está a ser recebido com ceticismo pelos investidores, que optaram por dar um passo atrás e pôr a euforia em pausa. Apesar de desmentir a informação da imprensa, Donald Trump não fundamentou nem apresentou qualquer detalhe que suporte o desmentido.

Incerteza comercial penaliza Europa

As negociações estão condicionadas em Nova Iorque, apesar de o dia ser de ganhos expressivos nos mercados do Velho Continente. O conservador Boris Johnson venceu as eleições gerais no Reino Unido com a maioria absoluta necessária para desencadear um Brexit ordenado até 31 de janeiro, pondo fim a mais de três anos de incerteza em relação ao processo.

Perto da hora de abertura de Wall Street, o pan-europeu Stoxx 600 seguia a valorizar 1,13%, enquanto o francês CA-40 somava 1,15%. O português PSI-20 valoriza 0,56%, para 5.224,11 pontos.

Contudo, o principal índice alemão, que registava uma valorização semelhante à dos pares europeus, rapidamente cedeu uma parte significativa dos ganhos. O DAX, mais sensível às questões comerciais, valoriza, ainda assim, cerca de 0,50%.

(Notícia atualizada às 15h08 com mais informações)

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