Merlin só chega em 2020. Vai ser o ano do imobiliário na bolsa de Lisboa
Este ano termina sem uma única entrada na bolsa de Lisboa, mas três empresas alinhadas para o arranque de 2020. Aproveitar o boom do imobiliário deverá passar a ser mais fácil para os investidores.
O boom do imobiliário em Portugal já não é de agora, mas poderá tornar-se mais próximo dos investidores da bolsa de Lisboa. O ano fecha sem qualquer nova cotada, mas há três alinhadas para entrarem nos mercados da Euronext Lisbon já em 2020. Todas do setor do imobiliário.
A espanhola Merlin Properties poderá ser já a primeira. A empresa chegou a indicar que o plano seria concretizar a entrada ainda no final de 2019, mas acabou por resvalar para o próximo ano. A empresa — que é cotada em Espanha e irá realizar um dual listing — poderá ter entrada quase direta para o principal índice acionista português PSI-20 já em março.
Com uma capitalização bolsista superior a seis mil milhões de euros, a sociedade de investimento e gestão imobiliária em Espanha (SOCIMI, na sigla em espanhol) já admitiu que a meta é negociar na maior montra de cotadas em Portugal, que conta com apenas 18 das 20 cotadas previstas. E poderá ser a quinta maior empresa do índice.
Para isso, terá de preencher os requisitos necessários para integrar o índice: pelo menos 100 milhões de euros em capitalização bolsista efetivamente dispersa (free float market capitalization) e um mínimo de 15% de dispersão do capital (free float). Como será uma empresa recém-cotada em Lisboa terá de ter também um mínimo de 20 sessões negociadas, o que faz com que o prazo aperte: só será considerada na próxima revisão anual do PSI-20, em março, se o listing acontecer em janeiro.
Mas esta não é a única empresa do imobiliário que está a preparar a entrada em bolsa em 2020, permitindo a nacionais e internacionais investir no imobiliário em Portugal, que vive há três anos um momento de forte crescimento.
A promotora imobiliária VIC Properties quer estrear-se na bolsa de Lisboa até junho. A dona do condomínio de luxo Prata Riverside Village emitiu, em abril, 250 milhões de euros em obrigações convertíveis garantidas para preparar a admissão à negociação. Em outubro, deu início aos contactos com bancos de investimento e com a Euronext Lisbon.
O processo que está menos avançado é o da primeira sociedade de investimento e gestão imobiliária (SIGI) criada em Portugal. A Ores Portugal resulta de uma parceria entre a Sonae Sierra e o Bankinter, que têm um veículo semelhante em Espanha. O alargamento da parceria permite abranger uma carteira de imóveis sob gestão superior a 500 milhões de euros na Península Ibérica.
O objetivo é entrar na bolsa de Lisboa ao longo do próximo ano e também já estão a trabalhar com a Euronext Lisboa, mas a Ores Portugal prefere ainda não adiantar um prazo mais fechado. A Sonae Sierra será responsável pela gestão da carteira imobiliária e a gestão administrativa da sociedade, enquanto o Bankinter será o gestor estratégico do veículo.
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