Altice encaixa mais 200 milhões de euros com venda de torres de telecomunicações. Cellnex fica com 100%
A Cellnex adquiriu a totalidade do capital da portuguesa Omtel, a empresa que resultou da venda das torres de telecomunicações que eram da Meo. Altice Europe encaixa 200 milhões com o negócio.
A Cellnex alcançou “um acordo” para adquirir a totalidade do capital da portuguesa Omtel, a empresa que, em 2018, ficou com 3.000 torres de telecomunicações que eram da Meo, revelou a companhia espanhola, que tem a família Bennetton entre os principais acionistas. Este acordo prevê a instalação de novas torres no país.
O negócio avalia a Omtel em 800 milhões de euros, sendo que a Altice Europe ATC 0,00% aceitou vender os 25% que ainda detinha na companhia, encaixando 200 milhões de euros com a operação. A informação foi confirmada pela dona da Meo num comunicado.
Segundo a Cellnex, “a aquisição contempla igualmente a instalação de 400 novas infraestruturas nos próximos quatro anos”. No entanto, o plano poderá ser alargado em “350 novas infraestruturas até 2027, “tendo em conta a evolução do mercado português e o desenvolvimento da rede 5G”.
A Omtel nasceu em 2018 depois de a Altice ter vendido uma posição de 75% na rede de torres de telecomunicações em Portugal a um consórcio constituído pelo Morgan Stanley Infrastructure Partners e pelo Horizon Equity Partners, ligado a Sérgio Monteiro e a António Pires de Lima. A dona da Meo recorda que, em 2018, “reinvestiu 108,8 milhões de euros” pelos 25% que agora vendeu. Ao que o ECO apurou, a Omtel era avaliada em 660 milhões quando foi constituída.
“Através desta transação, a Altice Europe inicia uma parceria de longo prazo com a Cellnex em Portugal, que compromete tanto o fornecimento de serviços de alojamento mobile em infraestrutura passiva, bem como a construção de novas torres”, refere a Altice Europe, numa nota divulgada acerca da operação. A operação, que está a merecer destaque na imprensa espanhola, representa a entrada oficial da Cellnex no mercado português.
“Uma vez finalizada a integração da Omtel e concluída a construção das novas infraestruturas estima-se que o EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] adicional gerado para o grupo [Cellnex] seja de 90 milhões de euros. A aquisição e os futuros investimentos serão financiados com a disponibilidade de caixa do grupo Cellnex e os fluxos de caixa gerados pela própria empresa”, informa a Cellnex, na mesma nota divulgada esta quinta-feira.
A venda das torres de telecomunicações que eram da Meo não deverá ter qualquer impacto na rede móvel da operadora em Portugal. Estes negócios que envolvem a venda das torres de telecomunicações abrangem apenas as infraestruturas metálicas onde os equipamentos são colocados, pelo que são vistos numa ótica de interesse imobiliário. Sobretudo quando vem aí o 5G, a quinta geração de redes móvel de comunicações, que vai exigir uma capilaridade maior do que a atual rede 4G.
Esse facto também é enaltecido pela Cellnex: “A Omtel gere um atrativo portefólio de infraestruturas que representam aproximadamente 25% das torres de telecomunicações do mercado português. Os contratos da Omtel com os seus clientes têm uma duração média de 20 anos com períodos adicionais de cinco anos, sendo o principal a Portugal Telecom (Meo)”, sublinha a empresa espanhola de infraestruturas.
Com este anúncio, as ações da Cellnex Telecom SA estão a valorizar 2,68% na bolsa espanhola, para 39,40 euros. Os títulos da Altice Europe somam 2,99% em Amesterdão, para 5,92 euros, num dia que já estava a ser de fortes ganhos nos mercados acionistas.
Cotação das ações da Altice Europe em Amesterdão
(Notícia atualizada pela última vez às 17h49)
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