Petróleo afunda quase 5% com Trump “pronto para abraçar a paz” com o Irão

“Prontos para abraçar a paz” com o Irão. A frase de Donald Trump teve impacto imediato nas cotações de petróleo. O preço de barril do “ouro negro” cai quase 5%, corrigindo as subidas dos últimos dias, no seguimento da crescente tensão entre os EUA e o Irão, na sequência da morte de Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, força de elite iraniana, pelos norte-americanos.

O Brent está a cair 4,12% para 65,46 dólares por barril, enquanto o WTI, nos EUA, cede 4,82%, para 59,24 dólares, corrigindo dos ganhos recentes, motivados pelo ataque dos EUA no Iraque que vitimou o general iraniano, levando à promessa de vingança do Irão.

Petróleo corrige. Trump ajuda

Após a resposta iraniana, que atacou duas bases onde estão estacionados militares norte-americanos no Iraque, mas que não vitimou ninguém, os investidores temeram uma escalada na tensão entre os dois países, aguardando uma resposta musculada por parte dos EUA. Mas não foi isso que aconteceu.

No seu discurso, Donald Trump acalmou o clima de tensão. Em vez de avançar com novas ameaças bélicas, acabou por afastar novos ataques ao Irão, optando por penalizações económicas àquele país. “Os Estados Unidos vão imediatamente impor sanções económicas adicionais no regime iraniano”. Sem acrescentar grandes detalhes específicos, Trump garantiu que “estas sanções poderosas vão manter-se até que o Irão mude o seu comportamento”, afirmou.

Com o discurso a passar das armas para as sanções, aliviou a pressão compradora no mercado petrolífero, levando os investidores a retirarem às cotações o prémio de risco associado a uma guerra entre os dois países.

As atenções viraram-se novamente para os fundamentais da matéria-prima, com os investidores a olharem para o equilíbrio de forças entre a procura e a oferta de petróleo. E do lado dos EUA vieram sinais negativos do lado da procura,

De acordo com dados revelados pela agência governamental norte-americana, os stocks de petróleo avançaram em 1,2 milhões de barris na semana passada. Este número surpreendeu os investidores que esperavam um recuo de 2,6 milhões de barris.

(Notícia atualizada às 18h23 com informação)