CGD vende shopping Nova Arcada a fundo israelita. MDSR paga cerca de 45 milhões de euros

O centro comercial localizado em Braga, que acabou nas mãos do banco público devido a uma insolvência, foi agora vendido ao fundo israelita MDSR.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vendeu o centro comercial Nova Arcada, em Braga, ao fundo israelita MDSR. Ao ECO, uma fonte do mercado disse que a transação rondou os 45 milhões de euros. Esta é a primeira operação deste investidor em Portugal que, no início do ano passado, já tinha demonstrado interesse em estrear-se no mercado nacional, depois de ter uma carteira com mais de 30 ativos em Espanha.

Com mais de 71 mil metros quadrados, o centro comercial abriu em março de 2017 sob o nome Nova Arcada, pondo, assim, fim ao antigo Dolce Vita Braga, depois de os anteriores donos terem falido. Conta com 108 lojas, incluindo um IKEA e uma unidade hospitalar, a Trofa Saúde.

Mesmo após esta venda, o shopping vai continuar a ser gerido pela Sonae Sierra, que anunciou a operação esta quinta-feira, mas sem adiantar valores. Contudo, o ECO apurou junto de uma fonte de mercado que a venda aconteceu por cerca de 45 milhões de euros.

Centro comercial Nova Arcada, em Braga.D.R.

Esta é a primeira transação do fundo israelita MDSR em Portugal, depois de ter uma carteira com 37 imóveis comerciais em Espanha. Em 2017, numa entrevista ao site EjePrime (conteúdo em inglês), fonte da empresa com sede em Tel Avive já tinha adiantado a intenção de se estrear no mercado nacional, sobretudo no segmento de retalho, logística e residencial. “Estamos a olhar com cuidado, mas já houve ofertas”, disse.

Temos vindo a observar o mercado português há algum tempo, pois acreditamos que ainda está cheio de oportunidades. Com a aquisição da Nova Arcada, concluímos um de nossos objetivos de entrar no mercado com um ativo de primeira. O centro comercial Nova Arcada é um centro moderno, com grandes e reconhecidas lojas âncora e ainda com um imenso potencial de crescimento”, diz Ran Shtarkman, CEO e cofundador da MDSR, citado em comunicado.

Do lado da Sonae Sierra, Cristina Santos, administradora responsável pela área de gestão da empresa na Ibéria, salienta que este centro comercial se trata de um “verdadeiro caso de estudo de revitalização e reposicionamento de um ativo imobiliário”.

Dolce Vita Braga: Um investimento falhado que acabou nas mãos da banca

Hoje é Nova Arcada mas, até 2017, era denominado Dolce Vita Braga, um projeto pensado pela imobiliária espanhola Chamartín. De acordo com o Dinheiro Vivo, o centro comercial começou a ser construído em 2006 e tinha abertura prevista para 2008. Contudo, a um ano de abrir portas, poucas empresas mostravam interesse em arrendar as lojas porque, ao mesmo tempo, estava a ser construído o Braga Parque.

A abertura foi, então, adiada para 2009, depois 2010 e até para 2011. Mas, nessa altura, o projeto já era outro, e bem maior: a crise dos centros comerciais que se instalou no país devido ao excesso de oferta. O Dolce Vita Braga foi, então, deixado de lado, depois de a empresa espanhola ter lá investido 137 milhões de euros, diz o Dinheiro Vivo.

Entretanto, a Chamartín entrou em insolvência e entregou todos os ativos que tinha à banca, incluindo este, que acabou nas mãos da Caixa Geral de Depósitos.

Foi então que, em 2012, o banco público acordou com a Sonae Sierra que esta ficaria a gerir o centro comercial, que abriu portas em março de 2016. Atualmente, o Nova Arcada recebe mais de seis milhões de visitantes e tem uma taxa de ocupação superior a 95%, refere a Sonae Sierra, em comunicado.

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