Brexit: Eleições reduzem incertezas, mas recuperação económica não é garantida
O governador do Banco de Inglaterra reconhece que "há uma redução das incertezas associadas ao Brexit e à política interna", mas está cauteloso quanto à recuperação económica do país.
O governador do Banco de Inglaterra (BoE), Mark Carney, declarou esta quinta-feira antever uma “redução” das incertezas ligadas ao Brexit desde as eleições de dezembro, mas advertiu que uma recuperação da economia “não está assegurada”.
Depois da grande vitória dos conservadores, que deverá permitir validar como previsto o Brexit no final de janeiro, “há uma redução das incertezas associadas ao Brexit e à política interna“, declarou num discurso em Londres Mark Carney, que deixará funções em março.
Isto é o que mostram, segundo Carney, “os primeiros indicadores provenientes do mercado financeiro e alguns inquéritos a empresas depois das eleições”.
Os investidores deram um suspiro de alívio depois das eleições, satisfeitos por pôr um fim à imprecisão em torno da data de saída da União Europeia (UE) e mesmo que ainda haja tudo para ser feito para negociar o futuro relacionamento entre Londres e Bruxelas.
O indicador PMI da empresa Markit indicou no início da semana uma melhoria da atividade do setor dos serviços no final de dezembro.
No entanto, Carney foi muito cauteloso em relação ao desenvolvimento da economia britânica, que descreveu como “sombrio”.
Uma “recuperação não é, claro, garantida”, mesmo que as previsões do Banco da Inglaterra sejam de recuperação da economia graças à redução das incertezas, às promessas de aumento dos gastos públicos pelo novo Governo e a um crescimento global mais bem orientado.
O governador, que não hesitou em baixar as taxas logo após a votação do Brexit no verão de 2016 para evitar um desencaminhamento da economia, confirmou hoje que “há um debate dentro do comité de política monetária sobre os méritos relativos de uma recuperação de curto prazo para fortalecer as expectativas de recuperação do crescimento e da inflação britânicos”.
Estas declarações, consideradas acomodatícias pelo mercado, levaram a uma queda acentuada na libra britânica esta quinta-feira de manhã, com os investidores a anteciparem um novo corte nas taxas da instituição.
Na última reunião, que ocorreu uma semana após as eleições de dezembro, o BoE decidiu surpreendentemente manter sua taxa de juros, mas dois dos nove membros do comité de política monetária defenderam um corte das mesmas.
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