Galp reforça aposta “verde” e contrata novo diretor de energias renováveis
Dos atuais 8 MW de energias renováveis no seu portfólio, a Galp quer crescer para 10 GW. A partir de junho, a petrolífera vai vender eletricidade com origem em fontes "limpas" aos seus clientes.
A petrolífera portuguesa Galp está apostada em tornar o seu negócio cada vez mais “verde”. Depois de ter avançado, no final de 2019 uma atualização da sua estratégia de acordo com a qual o investimento médio em energias renováveis e em novos negócios deverá representar entre 10% e 15% de toda a alocação de capital, a Galp anunciou esta segunda-feira a contratação do gestor espanhol Carlos Relancio como novo diretor de Energias Renováveis da empresa.
Dos atuais 8 MW de energias renováveis no seu portfólio, a Galp quer crescer para 10 GW, um objetivo já assumido pela espanhola Susana Quintana-Plaza, a chief operating officer da petrolífera portuguesa.
“A contratação surge na sequência do recente anúncio das linhas estratégicas da Galp para um novo ciclo de crescimento, que contempla o reforço dos valores de investimento a aplicar em projetos que promovam a transição para um modelo energético de menor intensidade carbónica”, explicou a petrolífera em comunicado.
A entrada de Relancio na estrutura da Galp surge na sequência da contratação no final do ano passado do português Jorge Fernandes como novo diretor de Inovação da petrolífera, depois de 20 anos a trabalhar no estrangeiro, em empresas multinacionais como a Kraft Foods, Nestlé, DSM ou Clariant. Este ano, a Galp vai criar uma nova Fábrica de Inovação para desenvolver novas ideias de negócio e exportá-las para todas as geografias onde a petrolífera marca presença.
Também em 2020, já no próximo mês de junho, a Galp vai também passar a disponibilizar uma oferta de energia elétrica renovável aos seus clientes, através de acordos de compra com espanhola X-Elio, tendo esta energia origem em parques solares de 200 MW em Espanha. Estes acordos cobrem o equivalente a 358 GWh/ano por 12 anos, o suficiente para abastecer 140 mil casas com uma redução anual de 19 mil toneladas de emissões de CO2.
Além disso, a Galp prevê investir entre 1,0 e 1,2 mil milhões de euros por ano até 2022, dos quais mais de 40% em projetos de transição energética, onde inclui o aumento do peso do gás natural no ‘mix’ de produção (com os projetos de larga escala em desenvolvimento em Moçambique), bem como o desenvolvimento de um negócio competitivo de geração de eletricidade, através de fontes renováveis.
Enquanto novo diretor de Energias Renováveis da Galp, cargo que assumiu no final de 2019, Carlos Relancio irá coordenar a aplicação da estratégia que visa conferir um papel e um peso crescente às fontes de energia renovável na operação da energética, depois de uma década ligado ao lançamento e gestão de negócios internacionais na área das energias renováveis.
“A Galp quer ser um player de relevo neste mercado a nível internacional”, resume Carlos Relancio, no mesmo comunicado, assumindo “o entusiasmo por abraçar este novo desafio profissional num momento de enorme transformação para a Galp e para o sector energético”. “É um papel de enorme responsabilidade, onde os novos modelos de negócio e as renováveis vão ser determinantes”, acrescenta.
De acordo com a Galp, Carlos Relancio, de 50 anos, é licenciado em gestão pela Universidade de Saragoça e iniciou o seu percurso profissional na banca, como consultor financeiro no Banco Inversión, na Natwest. Depois de uma década na Teca Consultores, também como consultor financeiro para a gestão de fundos europeus, criou em em 2011 a empresa EuroPV, através da qual construiu um ecossistema que ligou os mercados da América Latina, Europa e Ásia em torno do negócio do fotovoltaico. Passou depois pela Cox Energy, onde acompanhou o crescimento do negócio desde a sua génese, enquanto startup, até assegurar presença em vários mercados internacionais.
“Produzimos e extraímos petróleo e gás natural a partir de reservatórios situados quilómetros abaixo da superfície marítima, mas assumimos o compromisso de dedicar 40% do nosso investimento a projetos que contribuam para a redução global das emissões de CO2, incluindo a produção de energia renovável”, refere a Galp, que atualmente opera em 11 países do mundo.
“Estamos a preparar a empresa para o seu próximo ciclo de crescimento onde faremos parte da transição energética, promovendo soluções que sejam económica e ambientalmente sustentáveis, e mantendo, como sempre, o compromisso de uma atuação socialmente responsável. Os projetos já em curso permitirão apostar num desenvolvimento seletivo do nosso portefólio, com foco no aumento do crescimento de longo prazo e da sua resiliência, mantendo a disciplina financeira e o compromisso com o retorno acionista”, disse Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp, na apresentação da nova estratégia de investimento da empresa.
Em 2018, a Galp passou a incorporar biocombustíveis de origem renovável no gasóleo e na gasolina consumidos em Portugal e reforçou os investimentos em projetos de eficiência energética e ambiental nas refinarias de Sines e do Porto, que até 2023 irão receber investimentos de 66 milhões de euros em projetos de ecoeficiência. Este valor soma-se aos 23 milhões de euros já investidos nesta mesma área nos últimos anos.
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