Investimento de 1,2 milhões junta portuguesa Nors à chinesa Dongfeng em Angola
A nova empresa do grupo português Nors, que resulta de uma parceria com a Dongfeng, será a distribuidora oficial em Angola da marca chinesa de camiões.
O grupo português Nors inaugurou esta quarta-feira uma nova empresa, a sexta em Angola, que resulta de uma parceria com o gigante chinês dos camiões Dongfeng, num investimento 1,3 milhões de dólares (1,2 milhões de euros).
A KinLai estreia-se assim como distribuidora oficial em Angola da marca chinesa de camiões, que está posicionada em 68.º lugar na lista das 500 maiores empresas mundiais da Fortune, mostrando a “confiança” do grupo no futuro de Angola.
“Independentemente das dificuldades que o país atravessa este investimento é uma evidência de que continuamos a confiar plenamente no futuro de Angola”, disse o administrador do grupo em Angola, Francisco Ramos, em conferência de imprensa.
O gestor lembrou que este não é o único momento difícil que o país atravessou e que o grupo tem sabido tomar medidas para se adequar, nomeadamente alargando a gama de produtos para “oferecer soluções adicionais num clima de maior sensibilidade ao preço”.
A Nors está em Angola desde 1991, com a casa-mãe Auto Sueco, a que se juntaram, entretanto, a Auto-Maquinaria, Onedrive, Civiparts, Vitrum e agora KinLai, empregando um total de 350 trabalhadores neste país. O objetivo mínimo de vendas da nova empresa é de 50 veículos (com preços a rondar entre os 52 e 83 mil euros), mas Francisco Ramos acredita que vai ser superado.
Em 2019, os dados preliminares apontam para uma faturação de 70 milhões de euros da Nors em Angola, mais 3,5 milhões do que em 2018, um valor que Francisco Ramos espera ultrapassar em 2020, com um aumento gradual a partir do segundo semestre, indicou.
O responsável da Nors Angola adiantou que a aposta na empresa de distribuição de camiões, que conta com uma equipa inicial de 17 colaboradores, prende-se com as áreas estratégicas do grupo.
“Sempre que pensamos em alargar a atividade, a primeira prioridade é alargar a presença nos negócios principais, nomeadamente os camiões”, um setor que, segundo a análise de mercado, “será o que tem mais oportunidades de sucesso no futuro” em Angola. Além disso, embora o país africano já tenha tido um peso maior no grupo, “continua a ser uma das principais geografias” para a Nors, pelo que este “é um passo seguro”, resumiu.
Dos 10 camiões já desalfandegados, dois foram hoje vendidos ao dono da Transmago, António Maia, passando a integrar uma frota que já conta com cerca de 50 camiões. Os veículos vão ser usados em assistência ao setor petrolífero, disse à Lusa o responsável da Transmago.
A Dongfeng, que vende por ano cerca de cinco milhões de unidades, entre veículos comerciais e de passageiros, já está implantada em vários países africanos e conta inclusivamente com fabricas na Nigéria e na Etiópia. Uma possibilidade que poderá ser equacionada também em Angola, se o desempenho das vendas for satisfatório, admitiu o vice-presidente sénior da Dongfeng, Stuart Lenine.
O embaixador de Portugal em Angola, João Caetano da Silva, congratulou-se com o investimento do grupo “que reforça a sua já importante presença em Angola”, num setor estratégico para o desenvolvimento do país, como o transporte de mercadorias, salientando também o envolvimento da China. “Esta parceria é reflexo da cooperação a múltiplos níveis entre Portugal e a China, que se alarga às empresas”, frisou o diplomata.
O “exercício de cooperação tripartidária” entre “os países amigos” da China, Portugal e Angola, foi também destacado pelo embaixador chinês Gong Tao, que fez um paralelismo entre o “desenvolvimento muito rápido” da Dongfeng, a nível doméstico e internacional, e o da própria China nas últimas cinco décadas.
A Nors está presente em 17 países distribuídos por quatro continentes, emprega 3.700 colaboradores e regista um volume de negócios superior a 1,6 mil milhões de euros.
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