CMVM quer assegurar que a “sustentabilidade evolui de forma credível”
A presidente da Euronext acredita que se está a assistir a uma "revolução" na forma como os produtos financeiros são posicionados. Para a CMVM, "supervisores e reguladores" têm responsabilidade.
No dia de lançamento do novo projeto do ECO, Capital Verde, a presidente da Euronext Lisbon falou numa “profunda transformação” na forma como os produtos financeiros estão a ser posicionados, integrando a sustentabilidade. Do lado da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriela Figueiredo Dias defendeu que “supervisores e reguladores” têm uma responsabilidade nessa matéria, de forma a assegurar que a “sustentabilidade evolui de forma credível”.
“Estamos a viver uma profunda transformação, diria até, revolução, na forma como os produtos financeiros estão a ser posicionados. E tudo está a acontecer de forma acelerada”, começou por dizer Isabel Ucha, responsável da Euronext. “Se todos os investidores institucionais estão a integrar a sustentabilidade desta forma e a este ritmo, todos os emitentes e prestadores de serviço vão ter de fazer esse caminho, com algum sentido de urgência“, continuou, acrescentando que “é por uma boa causa”.
Para a presidente da bolsa de Lisboa, há um “compromisso claro das autoridades” na introdução de medidas que “conduzam o sistema financeiro a uma presença mais intensa” neste projeto da sustentabilidade financeira.
E, para a presidente da CMVM, os supervisores e reguladores, “assumem uma pequena parte da responsabilidade” neste desafio da sustentabilidade. Essa responsabilidade passa por “não permitir que a sustentabilidade evolua como alguma coisa não credível no sistema financeiro”. “E, portanto, enquanto reguladores e supervisores, temos a responsabilidade de assegurar que isto também cresce como alguma coisa credível”.
Gabriela Figueiredo Dias detalhou que essa credibilidade assenta em “informação correta, verdadeira e que reflita, na realidade, aquilo que está a ser feito pelas empresas”. Nesse sentido, a responsável adiantou que a CMVM vai procurar “auxiliar na prestação desta informação”, de forma a que esta seja o menos custosa possível para os emitentes, traduzindo-se em “informação verdadeiramente relevante”.
A presidente da CMVM revelou ainda que o regulador está atento à intermediação financeira e à gestão de ativos. “É muito importante que os gestores de ativos assumam e integrem esta questão da sustentabilidade nos seus modelos de negócio e nas suas políticas de investimento”, disse. E, para que isto aconteça, novamente aparece o papel importante dos reguladores e supervisores. “Este é um grande desafio. É preciso garantir que esse discurso é acompanhado pela ação”, rematou.
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