Fed mantém juros. Continua a “monitorizar” desempenho da economia mundial

  • Lusa e ECO
  • 29 Janeiro 2020

A Reserva Federal dos EUA (Fed) manteve as taxas de juro no mesmo patamar, por unanimidade. A entidade liderada por Jerome Powell vai continuar a "monitorizar" o desempenho da economia mundial.

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que gere a política monetária ao país, decidiu manter as taxas de juro entre os 1,50% e os 1,75% esta quarta-feira, o mesmo nível que se regista desde outubro.

Nesse sentido, para manter o ponto de equilíbrio no intervalo, a Fed decidiu subir ligeiramente a taxa de juro dos depósitos (reservas) no banco central, de 1,55% para 1,6%.

Num comunicado divulgado no final da reunião do Comité de Política Monetária, a entidade reiterou o desígnio de “monitorizar” as implicações na economia mundial, que poderá sofrer abrandamentos devido a uma nova estirpe de coronavírus originária que teve origem na China.

A decisão de manter os juros foi tomada por unanimidade, tendo merecido o apoio dos dez membros do comité. A última alteração nas taxas de juro de referência aconteceu em 30 de outubro de 2019, tendo sido a terceira descida do ano.

Coronavírus pode ameaçar economia internacional, diz Powell

O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, afirmou esta quarta-feira que o novo coronavírus, detetado na China, pode ameaçar a economia internacional. “É muito incerto quão longe ele [surto] irá e quais os efeitos [económicos] na China, para os seus parceiros comerciais e pelo mundo”, disse Powell no início da conferência de imprensa, em Washington.

Para Jerome Powell, esta situação “é um assunto muito sério”, notando que é cedo para estimar consequências. Na semana passada, as cotações bolsistas em Wall Street e do petróleo oscilaram, maioritariamente no sentido descendente, em função das notícias sobre este assunto e dos medos que infunde.

Muitos economistas e investidores esperavam que o crescimento da economia dos EUA e internacional se intensificasse este ano, dada a assinatura de um acordo comercial preliminar entre China e EUA. Mas o surto viral na China injetou dúvidas neste cenário. O coronavírus fechou de facto grandes pedaços da China e arrefeceu a sua economia, a segunda maior mundial, que já está a desacelerar.

Este vírus já infetou mais pessoas na China do que no surto do SARS em 2002-2003. Muitas empresas estrangeiras responderam à situação congelando ou reduzindo as suas operações no país asiático. A Starbucks anunciou que tenciona fechar metade dos seus estabelecimentos na China, a British Airways já suspendeu os seus voos para o país e a American Airlines fez o mesmo em relação aos voos entre Los Angeles e Xangai e Pequim.

Hotéis, transportadoras aéreas, casinos e navios de cruzeiro estão entre os setores que estão a sofrer as repercussões mais imediatas, incluindo países mais próximos da China. O presidente da Apple, Tim Cook, informou que os seus fornecedores na China tinham sido forçados a adiar a reabertura das fábricas, fechadas devido ao feriado do Ano Novo Chinês, até 10 de fevereiro.

(Notícia atualizada às 21h48 com mais informação)

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