Primeira morte causada pelo novo coronavírus fora da China
Um homem de nacionalidade chinesa morreu nas Filipinas vítima de uma pneumonia causada pelo coronavírus de Wuhan, a primeira morte registada fora da China.
Um homem de nacionalidade chinesa morreu nas Filipinas vítima de uma pneumonia causada pelo coronavírus de Wuhan, a primeira morte registada fora da China, anunciaram hoje as autoridades.
O paciente, que morreu no sábado, é um homem de 44 anos que foi internado no Hospital San Lazaro, em Manila, em 25 de janeiro, indicou o Departamento de Saúde das Filipinas em comunicado.
Este surto de pneumonia provocado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) foi detetado no final do ano em Wuhan. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países, com as novas notificações na Rússia, Suécia e Espanha.
Número de mortes na China sobe para 304. Mais de 14.000 estão infetados
O número de mortes devido ao novo coronavírus na China subiu para 304, depois das autoridades da província de Hubei, centro do surto da epidemia, terem anunciado este domingo mais 45 mortes.
Na atualização diária, as autoridades de saúde da província adiantaram ainda que foram confirmados mais 1.921 novos casos de infeção com coronavírus em Hubei (centro da China). Com estes novos dados, o número de pessoas infetadas subiu para mais de 14.000 casos na China.
Contas feitas, segundo os números da Comissão Nacional de Saúde chinesa, houve um aumento de 45 mortes e mais 2.590 novos casos, atingindo um total de 14.380 pessoas infetadas.
Seis responsáveis locais da cidade de Huanggang, perto de Wuhan, onde se registaram os primeiros casos, foram demitidos por falhas na gestão da doenças, segundo a agência de notícias oficial, a Xinhua. “A capacidade de tratar os pacientes foi inadequada e há uma grave falta de artigos como fatos de proteção e máscaras cirúrgicas”, disse o presidente da câmara de Huanggang.
Avião com 17 portugueses retirados de Wuhan chega a França este domingo
O avião que partiu de Wuhan, cidade chinesa colocada sob quarentena devido ao novo coronavírus, para retirar cidadãos europeus, incluindo 17 portugueses, chega a França este domingo às 14h00 (13h00 em Lisboa), disse fonte da embaixada portuguesa em Pequim.
Segundo a mesma fonte, o avião partiu de Wuhan às 7h00 locais (23h00 de sábado em Lisboa) e a viagem tem uma duração de 14 horas.
Todos os 17 portugueses foram autorizados a embarcar, após as análises realizadas pelas autoridades de saúde chinesas não terem revelado sintomas do novo coronavírus, que já matou mais de 300 pessoas na China.
A aeronave, fretada pelo Governo francês, e que partiu na quinta-feira de Portugal, rumo a Paris, tendo chegado no sábado a Wuhan, no centro da China, após uma segunda paragem em Hanói, partiu um dia depois do previsto inicialmente. O Airbus A-380 transporta, no total, 350 cidadãos europeus, a maioria franceses.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China. Vários países já efetuaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com onze milhões de habitantes, que foi colocada sob quarentena, na semana passada, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.
A quarentena foi, entretanto, alargada a mais quinze cidades, próximas de Wuhan, afetando, no conjunto, mais de 50 milhões de pessoas.
Nos últimos dias, diversas companhias suspenderam as ligações aéreas com a China. Rússia, Coreia do Norte e Vietname encerraram as fronteiras com o país, enquanto alguns países pararam de emitir vistos para cidadãos chineses.
O Ministério da Saúde vai disponibilizar instalações onde os portugueses provenientes de Wuhan possam ficar em “isolamento profilático” voluntário. O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, serão as unidades a receber os portugueses que regressarem.
China reporta gripe aviária próximo do epicentro do novo coronavírus
A China reportou também este domingo um surto de gripe aviária H5N1 na província central de Hunan, próximo do epicentro do novo coronavírus.
O surto ocorreu numa quinta no distrito de Shuangqing, cidade de Shaoyang. O surto matou 4.500 das 7.850 galinhas que a quinta possuía. As autoridades locais abateram 17.828 aves nas proximidades, após o surto, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China. Não foram relatados casos de infeção humana pelo vírus H5N1 em Hunan.
A gripe aviária causa doenças respiratórias graves em aves e é contagioso entre seres humanos. O vírus foi detetado pela primeira vez em 1996 em gansos na China e é sobretudo mortal para as aves.
A possibilidade de transmissão da gripe aviária entre seres humanos é baixa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria das infeções humanas por H1N5 surge após contacto prolongado e próximo com aves infetadas.
No entanto, a gripe aviária tem uma taxa de mortalidade superior a 50%, muito acima da síndrome respiratória aguda grave (SARS), também conhecida como pneumonia atípica, e que tem uma taxa de mortalidade de 10%, ou o novo coronavírus, que tem uma taxa de 2%, até agora.
Entre 2003 e 2019, a OMS relatou um total de 861 casos humanos confirmados de H5N1, em todo o mundo, entre os quais 455 morreram. Na China, houve 53 casos humanos de infeção por gripe aviária, nos últimos 16 anos, e um total de 31 mortos.
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