Preço do petróleo recupera com perspetiva de corte na oferta devido ao coronavírus

Após cinco sessões a desvalorizar, a matéria-prima corrige e segue em alta, numa altura em que os maiores produtores do mundo negoceiam um ajustamento da oferta ao impacto do vírus na China.

O preço do petróleo recupera, após cinco sessões consecutivas a desvalorizar. A matéria-prima tem sido penalizada pelo surto de coronavírus, em especial a perspetiva de que afete a economia global, mas a expectativa de que os maiores produtores de petróleo do mundo reduzam a oferta para limitar o excedente no mercado está a impulsionar os preços.

O último balanço feito pela China aponta para 427 mortos e mais de 20 mil infetados com a pneumonia provocada pelo novo coronavírus, detetado em dezembro na cidade de Wuhan. As Filipinas registaram no fim de semana o único morto fora da China. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na semana passada uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional.

“Estamos a avaliar o acontece, mas irá diminuir a procura [por petróleo]”, disse o CFO da BP, Brian Gilvary, à Reuters. A estimativa da petrolífera é que a desaceleração económica causada pelo vírus reduza o consumo de petróleo em 300 mil a 500 mil barris por dia, ou seja, cerca de 0,5% da procura global.

“Se a OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] aumentar os cortes para o fim do ano, poderá limpar parte do excesso de oferta e reequilibrar o mercado”, acrescentou Gilvary, referindo-se ao cartel que se vai reunir esta terça-feira e quarta-feira para decidir se faz ajustamentos para reagir ao surto.

É esta perspetiva que está a dar novo impulso aos preços. O Brent de referência europeia valoriza, esta terça-feira, cerca de 0,6% para 54,75 dólares por barril, estando no entanto ainda no valor mais baixo desde janeiro de 2019. Já o crude WTI negoceia nos EUA a subir 1,25% para 50,73 dólares, em mínimos também de mais de 13 meses.

Os maiores produtores de petróleo do mundo alinham, desde 2017, num acordo de cortes de produção. O cartel já se mostrou disponível para fazer ajustamentos a este acordo, dependendo do impacto do surto. Segundo a Reuters, estará em cima da mesa uma proposta para que sejam retirados de circulação 500 mil barris por dia, enquanto o Wall Street Journal noticiou que a Arábia Saudita poderá mesmo aceitar limitar a produção em um milhão de barris.

Brent continua, no entanto, em mínimos de um ano

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