Empresas prometem gastos mais “verdes”. Aviação pode pagar fatura
Consciencialização da pegada carbónica está a pesar nas decisões de despesa. Maioria dos gestores antecipa uma redução dos gastos, sendo que aqueles que fizerem tenderão a ser mais "verdes".
As empresas querem gastar menos… e de forma cada vez mais verde. É esta a conclusão do inquérito realizado pelo Credit Suisse junto de 90 gestores, no qual metade apontaram para a pegada de carbono como uma dos principais preocupações que irão influenciar as despesas das suas empresas. Companhias aéreas podem sofrer.
“As preocupações ambientais estão a tomar um papel central com mais de 50% dos inquiridos a sugerirem que a consciencialização da pegada carbónica está a influenciar as decisões de despesa enquanto a proporção que está a planear alterar no mix energético para renováveis subiu para 74% (contra 53% há nove meses)”, refere o relatório do Credit Suisse.
Os setores na linha da frente do risco associado a estas preocupações dos gestores estão as companhias aéreas, com 63% dos empresários inquiridos a afirmarem que tencionam mudar o montante gasto e a forma como viajam.
Os gastos planeados pelas empresas deverão encolher — apenas cerca de 26% dos gestores planeia aumentar despesas. EUA e Alemanha, duas das maiores economias do mundo, destacam-se na previsão de crescimento dos gastos. “Isto é consistente com o recente impulso ascendente que está a sustentar os indicadores no primeiro trimestre”, diz o Credit Suisse.
Enquanto o coronavírus poderá, em última análise, provar ser um risco material para a economia global, afetando as empresas, o “Brexit ainda se mantém como a primeira preocupação de 40%”, revela o relatório do banco suíço.
Banca financia, mas bolsa já não assusta
Além das mudanças nos hábitos de consumo das empresas, que deixam antever despesas cada vez mais “verdes”, há também uma alteração na forma como os empresários olham para as fontes de financiamento na expansão dos seus negócios.
"Com o BCE como feliz comprador de crédito, a quantidade de empresas que dizem que o acesso aos mercados de capitais é desafiante caiu (16% contra 24%). No entanto, para aqueles que usam financiamento bancário, o dobro reporta condições mais restritivas.”
Apesar de a banca se manter como o player com maior peso, os gestores apontam para maiores condicionantes no financiamento bancário e mais facilidades no financiamento em mercado devido às políticas expansionistas do Banco Central Europeu (BCE) como os programas de compra de ativos.
“Com o BCE como feliz comprador de crédito, a quantidade de empresas que dizem que o acesso aos mercados de capitais é desafiante caiu (16% contra 24%). No entanto, para aqueles que usam financiamento bancário, o dobro reporta condições mais restritivas”, aponta o relatório do Credit Suisse.
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