Ramalho não diz se vai esgotar 3,9 mil milhões da garantia. “Não quero surpresas, nem boas”, diz
Novo Banco ainda tem 1.000 milhões de euros a pedir ao Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente. António Ramalho não diz se vai solicitar o dinheiro todo.
Com o pedido de 1.037 milhões de euros ao Fundo de Resolução este ano, o Novo Banco tem ainda mais 1.000 milhões para solicitar através do mecanismo de capital contingente até 2026. António Ramalho não diz se vai esgotar toda a “garantia” pública que tem permitido fazer a limpeza do banco, apesar da insistência dos jornalistas. Ainda assim, lembra que é presidente de um banco e que “não quer surpresas, nem boas”.
“Também tenho sempre dito que esta reestruturação custa tempo e dinheiro. É uma frase que tenho dito insistentemente”, disse o presidente do Novo Banco, que registou prejuízos de 1.059 milhões de euros em 2019.
António Ramalho lembrou que nunca assumiu qualquer compromisso em relação à utilização dos 3,9 mil milhões de euros que o mecanismo de capital contingente prevê. Este mecanismo, criado em 2017 aquando da venda ao Lone Star, funciona como uma garantia para o banco: se perder dinheiro com um conjunto de ativos problemáticos, e essa perda resultar numa redução dos níveis de capital abaixo dos requisitos regulamentares, o Fundo de Resolução é chamado a injetar dinheiro para cobrir essa diferença.
Ramalho diz que tem sido “cauteloso” em relação a esta matéria, procurando sempre explicar o modo de funcionamento do mecanismo. E rejeitou adiantar qualquer valor sobre as futuras chamadas de capital ao Fundo de Resolução porque isso depende de um conjunto de variáveis.
Apesar disso, lembrou que é “gestor e presidente de um banco que não quer surpresas, nem boas surpresas”, acrescentado que o seu único objetivo é limpar o legado do BES.
Neste ponto, acrescentou que com estado avançado da limpeza do banco, o Novo Banco está perto do turnaround, algo que surgirá este ano. “Já não falta saber o que temos de fazer, falta terminar o que temos de fazer”, disse.
Esta semana, no Parlamento, o presidente do Fundo de Resolução, Máximo dos Santos, disse que ficaria muito espantado se o Novo Banco esgotasse os 3,9 mil milhões, afirmando que o valor final “ficará razoavelmente abaixo” do limite do mecanismo.
Durante a conferência, António Ramalho disse depois de a instituição teve “uma década perdida” e sublinhou que os últimos três anos de limpeza do balanço lhe “permitem pensar que pode ter uma década muito positiva”.
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