Bruxelas diz que é altura de Estados-membros ativarem planos de preparação
"Esta é a altura em que os Estados-membros devem ativar os seus planos de preparação para tentar conter o surto do novo coronavírus, face ao “expectável aumento” do número de infetados, apela a CE.
A Comissão Europeia defendeu esta quinta-feira ser altura de os Estados-membros ativarem os seus planos de preparação para tentar conter o surto do novo coronavírus, face ao “expectável aumento” do número de infeções pelo Covid-19 na União Europeia (UE).
Num debate na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a resposta da UE ao surto de Covid-19, o diretor-geral de Saúde da Comissão Europeia e a diretora do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças (CEPCD) sublinharam o elevado potencial de propagação do vírus e a necessidade de os Estados-membros desenvolverem agora todos os esforços para o conter e “ganhar tempo”.
O responsável máximo da Direção-Geral de Saúde da Comissão Europeia, John F. Ryan, apontou que, por ocasião da primeira reunião extraordinária de ministros da Saúde da UE para discutir o surto de Covid-19, em 13 de fevereiro passado, eram 44 os casos reportados na União Europeia e Reino Unido. Três semanas volvidas, na véspera da segunda reunião extraordinária de ministros da Saúde, agendada para sexta-feira em Bruxelas, são 3.400 os casos.
“Podem ver a diferença”, apontou, notando que, depois da China e da Coreia do Sul, o país com mais casos reportados é a Itália (cerca de 2.500), à frente do Irão (cerca de 2.300).
Também a diretora do CEPCD, Andrea Ammon, que participou no debate por teleconferência, desde Estocolmo, recorreu a números e à situação no país europeu mais afetado, a Itália, para sublinhar “o potencial de propagação deste vírus”, recordando que em 21 de fevereiro passado havia quatro casos confirmados em Itália, que no espaço de duas semanas passaram para mais de 2.500.
Face a este quadro, ambos os responsáveis sublinharam a necessidade de os Estados-membros se prepararem para o aumento expectável de casos de infeção e de coordenarem a resposta.
“Embora a situação claramente não seja a mesma em todos os países, de uma forma geral a UE ainda está no que chamamos numa fase de contenção, e os nossos esforços continuam focados em conter este surto. Tomar as medidas apropriadas agora pode ajudar a atrasar a transmissão e prolongar o tempo que temos para nos preparar para a propagação do surto”, apontou o diretor-geral de Saúde da Comissão.
“Este tempo que podemos dar a nós próprios é verdadeiramente importante para permitir aos sistemas de cuidados de saúde para se prepararem e lidarem com o aumento expectável de doentes, e dar-nos tempo para os tratamentos estarem prontos, e é por isso que a Comissão insta os Estados-membros a ativarem os seus planos de preparação e prosseguirem esforços para comunicar com o público em geral”, disse, sublinhando também a necessidade de agir com base na ciência e nos factos “e combater a desinformação”.
Recordando que recentemente o CECPV elevou para “moderado a elevado” o risco de contágio dentro da UE, Andrea Ammon também apelou aos Estados-membros que intensifiquem os seus preparativos.
“Quero reiterar o que a DG-Saúde disse: esta é a altura em que os Estados-membros devem ativar os seus planos de preparação”, afirmou, apontando que designadamente devem ser reforçados os meios e capacidades a nível de profissionais de cuidados de saúde disponíveis e camas de hospital.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo oito em Portugal.
Além de 3.012 mortos na China Continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, Iraque, Suíça e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
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