FMI defende “resposta internacional coordenada” sobre Covid-19
O Fundo Monetário Internacional defende que os governos devem dar "uma resposta internacional coordenada" para atenuar o impacto económico do surto. Líderes europeus vão reunir em teleconferência.
Os governos devem dar “uma resposta internacional coordenada” para atenuar o impacto económico da epidemia de coronavírus, defendeu esta segunda-feira a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), sugerindo a adoção de medidas orçamentais, monetárias e financeiras “importantes”.
Para ajudar as famílias e as empresas afetadas, Gita Gopinath preconizou ajudas diretas e medidas de alívio fiscal.
Num texto divulgado pelo FMI, Gopinath sublinhou a importância de apoiar a economia durante a epidemia para manter “intacta a rede de relações económicas e financeiras entre trabalhadores e empresas, entre credores e devedores, entre fornecedores e utilizadores para permitir uma recuperação quando a epidemia desaparecer”.
A economista refere que o desafio é “impedir que uma crise temporária cause danos irreparáveis a pessoas e empresas devido a perdas de empregos e falências”.
Os custos humanos do coronavírus aumentaram “a um ritmo alarmante”, notou, acrescentando que o impacto económico é “já visível” nos países mais afetados.
Apontando o exemplo da China, Gopinath observou que se a baixa da produção é comparável à que foi registada no início da crise financeira mundial, em 2008, a diminuição no setor dos serviços “parece desta vez mais significativa”.
Gita Gopinath assinalou também que a economia tem-se ressentido dos esforços para conter a propagação da doença através de períodos de quarentena.
Do lado da procura, a perda de rendimentos, o medo do contágio e a intensificação da incerteza vai levar a uma diminuição dos gastos das famílias. “Pode haver despedimento de trabalhadores dado que as empresas não podem pagar os salários. Os efeitos podem ser particularmente graves em determinados setores, como o turismo e a hotelaria, como se tem visto no caso de Itália”, exemplificou.
“Os decisores devem adotar medidas importantes de ordem orçamental, monetária e financeira para ajudar as famílias e as empresas atingidas”, defendeu.
Líderes europeus em teleconferência para coordenar respostas
Também esta segunda-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles MIchel, anunciou que, “em breve”, os líderes da União Europeia (UE) se vão reunir através de teleconferência para coordenar as respostas ao novo coronavírus.
“Vou promover, em breve, uma teleconferência dos membros do Conselho Europeu para coordenar os esforços da UE relativamente ao Covid-19”, anunciou Charles Michel através da sua conta oficial da rede social Twitter.
Tweet from @eucopresident
“Temos de cooperar para proteger a saúde dos nossos cidadãos”, adiantou.
Dados divulgados esta segunda-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) revelam que já existem 109.695 casos em todo o mundo de Covid-19, que pode provocar infeções respiratórias como pneumonia.
Na UE, o Estado-membro mais afetado é Itália, com 7.375 casos, seguindo-se França (1.126), Alemanha (902), Espanha (589), de acordo com o ECDC. Portugal tem 30 casos confirmados. Ao todo, o surto já causou 3.811 mortes em todo o mundo, a quase totalidade (3.122) na China, mas também em grande escala em Itália (366) e no Irão (194).
Também esta segunda-feira, o secretariado-geral do Conselho da UE anunciou medidas preventivas relativamente ao covid-19 para aplicar naquele organismo, à semelhança do já feito pelo Parlamento Europeu e pela Comissão Europeia, que já foram comunicadas aos delegados dos Estados-membros e produzem efeitos a partir desta segunda-feira.
Assim, ficou decidido que o número de reuniões do Conselho e das suas instâncias preparatórias e grupos de trabalho será reduzido, que a dimensão das delegações que participam em reuniões será limitada e ainda que todas as visitas de grupo e todas as formações não essenciais serão suspensas, anuncia o secretariado-geral do Conselho da UE em comunicado.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
FMI defende “resposta internacional coordenada” sobre Covid-19
{{ noCommentsLabel }}