Centeno: Manutenção da perspetiva do ‘rating’ reflete robustez das contas públicas
Para o ministro de Estado e das Finanças, a avaliação pela Standard & Poor’s reflete a trajetória de crescimento e robustez das contas públicas que o país conseguiu alcançar.
O ministro de Estado e das Finanças considerou que a manutenção da perspetiva positiva sobre o ‘rating’ de Portugal pela Standard & Poor’s reflete a trajetória de crescimento e robustez das contas públicas que o país conseguiu alcançar.
“É uma notícia que, num contexto difícil do ponto de vista económico e financeiro que hoje enfrentamos, reflete aquilo que foi a trajetória de crescimento e de robustecimento das contas públicas que Portugal conseguiu concretizar”, afirmou em declarações à Lusa o ministro Mário Centeno.
O governante sublinhou que entre 2016 e 2019 o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,6%, sendo “um dos mais altos da União Europeia.
“É uma perspetiva positiva que continua a deixar-nos com confiança de que no futuro essa notação possa vir a ser melhorada”, afirmou Centeno, frisando, porém, que há “desafios novos” a enfrentar, referindo-se em particular ao impacto na economia e nos mercados da pandemia do Covid-19.
A agência de ‘rating’ Standard and Poor’s manteve a notação da dívida de longo prazo em ‘BBB’, em nível de investimento, e a perspetiva positiva, o que reflete “a capacidade de assumir” os compromissos externos, refere.
“A perspetiva positiva reflete a nossa visão de que a capacidade de Portugal assumir o seu alto ‘stock’ de compromissos externos continua a aumentar, apesar dos mercados financeiros globais incertos”, pode ler-se numa nota de análise da agência a que a Lusa teve acesso.
"É uma notícia que, num contexto difícil do ponto de vista económico e financeiro que hoje enfrentamos, reflete aquilo que foi a trajetória de crescimento e de robustecimento das contas públicas que Portugal conseguiu concretizar.”
Segundo a agência, a perspetiva positiva “também reflete o crescimento médio real do PIB, que, nos 2,6% desde 2016, iguala o de Espanha e coloca Portugal uma das economias em mais rápido crescimento na Europa ocidental – apesar de agudamente vulnerável a choques externos, particularmente através do turismo“.
A agência de notação financeira considera que os riscos para Portugal do surto do novo coronavírus são “consideráveis”, dada a exposição da economia ao setor do turismo, e prevê um défice em 2020.
“Os riscos económicos do coronavírus são consideráveis, dado que mais de um quinto das receitas externas (e cerca de 8% do valor acrescentado bruto) vêm do turismo”, pode ler-se numa nota de análise à economia portuguesa.
A S&P prevê ainda um “crescimento em U” da economia portuguesa começando no segundo trimestre, “à medida que a situação externa se desenvolve”.
Mário Centeno disse à Lusa que vai rever em baixa a estimativa de crescimento do PIB para este ano, não adiantando um valor, mas sublinhou que os portugueses devem estar confiantes na capacidade da economia para enfrentar as dificuldades devido ao Covid-19.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 143 mil pessoas, com casos registados em mais de 135 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.
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