Benfica sugere que fugas de informação sobre OPA têm origem na CMVM

Benfica comunica ao mercado que vai responder no prazo de dez dias ao chumbo da OPA, uma decisão preliminar da CMVM. E critica as fugas de informação sobre os contactos que manteve com o supervisor.

A CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários) chumbou, de forma preliminar, a OPA parcial da Benfica SGPS sobre a Benfica SAD, por causa dos negócios cruzados entre as sociedades do grupo que permitiram financiar a oferta, no valor global de 32 milhões de euros. Agora, em comunicado, a SAD do Benfica explica que ainda não tem comentários à decisão da CMVM, que serão divulgados no prazo legal de dez dias. E garante que é alheio às fugas de informação sobre o negócio e, embora sem o referir, deixa implícito que podem ter origem no próprio supervisor do mercado.

Em comunicado ao mercado, a SAD do Benfica “declina toda e qualquer responsabilidade do Grupo Sport Lisboa e Benfica pela divulgação de informações que alimentaram os referidos rumores e notícias na comunicação social e afirma, com veemência, ser totalmente alheia à divulgação de informação de natureza confidencial de qualquer tipo sobre a Oferta à margem dos canais oficiais estabelecidos com a CMVM, o que aliás deplora“.

O ECO sabe que a CMVM notificou o clube sobre esta decisão preliminar às 12h51 desta segunda-feira, por considerar que a oferta do clube seria, na prática, financiada pela própria SAD alvo da OPA e isso teria de ser anunciado ao mercado e aos investidores. E poucos minutos depois, a TVI revelou a notícia em primeira mão, com os detalhes da decisão. A CMVM invocou, nessa comunicação, que os contratos entre a SAD do Benfica e a Benfica Estádio (empresa controlada pela Benfica SGPS, a sociedade que lança a OPA) foram todos feitos numa lógica única, o financiamento da operação de oferta pública.

Outra fonte contactada pelo ECO que conhece a operação revela que a notícia revela pelo Jornal Económico na passada sexta-feira sobre a possibilidade do clube desistir da operação surpreendeu os gestores do Benfica. Na verdade, nos dias anteriores, o Benfica tinha aberto discussões com a CMVM para avaliar a possibilidade de desistir da oferta por causa da crise associada ao novo coronavírus. “Há duas semanas, a SGPS do Benfica analisou as consequências do Covid 19 na OPA sobre a SAD e concluiu que o seu valor poderia ter sofrido uma degradação que estava fora do seu controlo. Desde essa altura, encetou conversações com a CMVM visando a revogação da oferta”, diz ao ECO.

Agora, em comunicado, a administração da SAD do Benfica garante que vai divulgar ao mercado, “logo que lhe seja possível nas atuais circunstâncias”, as informações exigidas pela CMVM sobre os negócios que permitiram o financiamento da OPA e, no prazo de dez dias, vai responder a este chumbo preliminar.

Na tarde desta segunda-feira, antes deste comunicado, a agência Lusa noticiou que o Benfica discordava do chumbo preliminar da OPA parcial lançada sobre a SAD do clube decidido pela CMVM. “Há diferentes interpretações sobre o método de financiamento da OPA”, revelou à agência Lusa uma fonte do Benfica, avançando que o departamento jurídico dos ‘encarnados’ tem opinião diferente daquele que lhe foi apresentado pela CMVM e que está preparado para a defender.

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