Setor têxtil e do vestuário espera perdas superiores a 50% em abril

Quase 60% das empresas do setor esperam redução superior a 50% no volume de negócios já em abril, e 26% prevêem uma redução entre 30% a 50%. Setor pede ao Governo medidas mais rápidas.

A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) apelou esta quinta-feira à “urgente” regulamentação e revisão da aplicação do ‘lay-off’ simplificado, quando 59% das empresas espera ter, no mês de abril, uma redução superior a 50% no seu volume de negócios e 26% prevê uma redução entre 30% a 50%, segundo um inquérito realizado pela associação às empresas do setor.

O setor depara-se com sucessivos adiamentos e cancelamento de encomendas por parte dos clientes, que em alguns casos não chegam a pagar encomendas já recebidas, uma tendência com um profundo impacto ao nível dos recebimentos e das receitas, sobretudo num cenário onde os custos fixos permanecem”, explica em comunicado Mário Jorge Machado, presidente da associação.

A indústria têxtil e de vestuário emprega 138.750 pessoas em Portugal e a associação liderada por Mário Jorge Machado prevê que os salários dos trabalhadores “poderão estar em risco a curto prazo” e adverte que “sem o acautelamento dos rendimentos dos trabalhadores a retoma adivinha-se muito difícil”, explica a ATP.

O Governo já anunciou mais quatro linhas de crédito no valor total de três mil milhões para apoio às empresas que estejam a ser afetadas por esta pandemia de coronavírus, mas a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal pede “medidas e respostas mais rápidas e eficazes”.

Apelam à regulamentação do processo de aplicação do lay-off simplificado. Explicam que estão a “reivindicar junto do governo há 15 dias, este mecanismo fundamental que quer-se imediatamente disponível e operacional para permitir a sobrevivência das empresas”, nota a ATP.

A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal pede que o “período de demonstração de quebra de rendimentos da empresa tem de ser o mais curto possível” e que “a demonstração da quebra tem que poder ser feita através da evidenciação simples de que não há encomendas futuras”.

Para além destas medidas, a ATP sugere atuações a outros níveis: “solicita-se a moratória dos pagamentos devidos e sem registo de incumprimento, bem como a diluição ao longo de quatro ou cinco anos do correspondente pagamento, para evitar o estrangulamento de tesouraria no momento da retoma da atividade”, explica a associação.

Pedem ainda uma garantia para que as “linhas de crédito criadas sejam utilizadas sem o aproveitamento por parte dos bancos, com especial atenção às taxas e comissões praticadas”, e por fim, que “o financiamento previsto chegue às empresas que realmente precisam”.

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