Quarentena está para durar. Siga as dicas da Deco para manter casa, roupa e louça limpas, de forma sustentável

"Não precisa de desinfetar a sua casa de fio a pavio mas, sem dúvida, as superfícies mais tocadas requerem uma atenção especial", explica a defesa do consumidor. Tudo com a sustentabilidade em mente.

Diz a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor – Deco que “agora é o momento de ter precauções adicionais, que antes não eram necessárias”, desde que chega a casa, até ao momento em que vai levar o lixo à rua. Com a família fechada em casa, estas precauções adicionais passam por uma maior limpeza das superfícies, da louça e da roupa. Mas não só.

Não precisa de desinfetar a sua casa de fio a pavio mas, sem dúvida, as superfícies mais tocadas requerem uma atenção especial”, explica a Deco.

Siga as dicas da defesa do consumidor para manter casa, roupa e louça limpas, de forma sustentável. Somam-se ainda conselhos de eficiência energética, mobilidade elétrica e resíduos domésticos.

Quando chega a casa

  • Descalce-se de imediato e deixe o calçado sempre no mesmo local, próximo da entrada. Todos os membros da família devem fazer o mesmo;
  • Mude a roupa exterior (casacos, camisolas, t-shirts, calças) e evite sacudir/agitar a roupa para minimizar a possibilidade de dispersar qualquer tipo de vírus e germes no ar;
  • Coloque a roupa a arejar no exterior e nunca a guarde de imediato no roupeiro ou gavetas;
  • Lave as mãos, assim como o rosto;
  • Se traz sacos de compras ou outros, não os coloque sobre mesas ou bancadas;

Limpeza de superfícies

  • Comece por limpar as superfícies com água e detergente (bancadas, mesas, loiças sanitárias, puxadores, comandos, etc.) tendo a especial atenção de dedicar um pano/esfregão para cada divisão (um para a casa de banho, outro para a bancada da cozinha). Seque bem as superfícies lavadas.
  • Use uma solução diluída de lixívia, de álcool a 70% ou de água oxigenada. Não misture estas substâncias com outras, pois pode desencadear reações perigosas. Deixe atuar por 10 minutos, pelo menos, antes de limpar de novo apenas com água. Como a lixívia pode corroer o metal, é recomendável que este processo não se torne um hábito para lá da crise que atravessamos.
  • Já a água oxigenada pode ser usada a partir de um frasco com spray e deixado atuar pelo menos por um minuto. Não é corrosivo, por isso pode usá-lo em superfícies metálicas mas, tal como a lixívia, pode descolorir os tecidos se acidentalmente entrar em contacto com as suas roupas.
  • Não tente fazer em casa o seu gel desinfetante pois têm de ser respeitadas doses bem precisas e o processo pode ser perigoso. Não use vodka (leu bem: vodka!) uma vez que a concentração de álcool, apesar de elevada, não chega para desinfetar. O vinagre também não tem suficiente poder desinfetante para a limpeza de superfícies.
  • Sempre que puder, varra a casa e aspire pelo menos uma vez por semana, não esquecendo de lavar também o chão com água e detergente;

Eficiência energética

  • Verifique os frigoríficos e arcas: assegure-se que as temperaturas estão eficientemente ajustadas e que as grelhas traseiras dos aparelhos estão limpas e desobstruídas. Abra-os o menos possível;
  • Seja criterioso na utilização dos eletrodomésticos e utilize apenas aqueles que forem estritamente necessários;
  • Desligue os eletrodomésticos não utilizados da tomada;
  • Apague as luzes quando sair das divisões;
  • Desalinhe a utilização dos eletrodomésticos com consumos significativos de eletricidade dos períodos “normais” de utilização de modo a reduzir o congestionamento e sobrecarga na rede elétrica pública: recorra à função de arranque diferido para promover a ativação dos equipamentos em horários de menor utilização (madrugada, por exemplo);
  • Quem tiver sistemas fotovoltaicos (ou outros) para autoconsumo, aproveite-os ao máximo alinhando a utilização dos eletrodomésticos com o perfil de produção dos sistemas de produção de eletricidade para autoconsumo presentes na habitação;

Loiça e roupa

  • Carregue completamente a sua máquina da loiça e da roupa: utilizar a função de meia carga não equivale de maneira nenhuma a metade dos gastos com eletricidade e água;
  • Não vale a pena colocar detergente a mais, não é por isso que a loiça ou a roupa ficam mais bem lavadas. Antes pelo contrário: pode dificultar uma lavagem e enxaguamento corretos;
  • Leia as etiquetas da roupa que vai colocar a lavar e se alguém em sua casa estiver doente, lave a roupa de cama, toalhas, roupa interior, pijamas (se for possível, se a sua máquina o permitir e se o tipo de roupa também) a temperaturas mais elevadas, normalmente “algodão a 60°C”.
  • Se não tiver em casa uma máquina de roupa com um programa de “algodão a 60°C, então equacione utilizar um secador de roupa de modo a sujeitar a roupa a temperaturas mais elevadas. Caso não tenha um secador de roupa, aconselhamos que coloque um pouco de lixivia no programa que vai utilizar;
  • Sempre que possível, seque a roupas num estendal em vez de utilizar o secador de roupa;

Cozinha, aquecimento e água quente

  • Coloque a tampa na panela ao cozinhar pois diminui o tempo de fervura – sempre que a receita o permitir;
  • Regule os aparelhos de climatização para temperaturas adequadas e use-os apenas e só quando estiver nas divisões. Reforce a climatização dos espaços através de fontes externas (sol, abertura de janelas de noite, sistemas de sombreamento passivos…) e naturais;
  • Tome duches rápidos em vez de banhos de imersão prolongados;
  • Regule os aparelhos de produção de água quente sanitária para temperaturas o mais próximo possível das de utilização – ou regule-os para a função ECO, se esta existir;
  • Reforce a ventilação das habitações e promova uma correta e continua renovação do ar interior;
  • Não utilize sistemas de aquecimento que promovam a libertação de CO e CO2 (monóxido e dióxido de carbono) da divisão sem a existência de uma chaminé que permita a correta exaustão dos gases de combustão: aquecedores catalíticos e a parafina, braseiras);
  • Para quem utiliza gás engarrafado, verifique o stock de gás nas garrafas. Analise o estado das mangueiras, uniões e redutores;

Mobilidade elétrica

  • Quem tem viaturas elétricas deverá procurar mantê-las sempre carregadas (recorrendo ao carregamento em postos públicos ou privados).
  • Para carregamentos feitos em casa, programe-os de modo a que sejam feitos fora das horas de maior congestionamento da rede elétrica pública;
  • Em caso de estrita necessidade de deslocação através de viatura, faça-o a velocidades mais reduzidas e adotando um estilo de condução o mais eficiente possível;
  • Para quem tiver geradores de eletricidade ou bombas de poços, verifique o seu estado de funcionamento e garante que tem um combustível suficiente para manter o seu funcionamento durante algum tempo;

Resíduos domésticos

  • Com alterações na reposição de produtos nos supermercados, nem sempre haverá opção em evitar a compra de produtos não embalados mas a separação dos resíduos para reciclagem pode e deve continuar a ser feita, não sendo mais uma desculpa para a inação.
  • Qualquer que seja o estudo tomado como referência, todos são unânimes em concluir que o Covid-19 pode sobreviver entre horas a dias em diferentes superfícies que tenham sido tocadas por doentes infetados. E as embalagens são também superfícies.
  • No que diz respeito aos operadores de resíduos, é provável que tenham também de assegurar um período de quarentena dos materiais antes de efetuarem as necessárias etapas de triagem mas, desde que o consumidor coloca os seus resíduos no ecoponto até eles serem efetivamente reciclados, o vírus não terá sobrevivido.
  • Ecopontos longe de casa são sinónimo baixa densidade populacional e, assim, de menor contacto com outras pessoas. Não deixe de separar e colocar no ecoponto mais próximo de si. Cuidados a ter: use um lenço de papel para abrir e fechar as tampas dos caixotes do lixo e dos ecopontos, deitando-o depois no lixo indiferenciado.
  • Não é o melhor momento para reutilizar embalagens, a menos que sejam as que estão em casa há várias semanas.

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