Salários na gestão do BCP subiram para 3 milhões em 2019. Banco voltou a pagar prémios
Equipa executiva liderada por Miguel Maya recebeu uma remuneração fixa de três milhões em 2019, mais uma remuneração variável de 470 mil euros.
Os salários na comissão executiva do BCP subiram 11% em 2019, tendo totalizado os três milhões de euros, num ano em que o banco voltou a pagar prémios. Há mais de uma década que o banco não dava bónus.
Os seis membros da equipa executiva do BCP receberam 3,054 milhões de euros em termos brutos no ano passado, no que diz respeito à remuneração fixa. Já a remuneração variável em função do desempenho do banco voltou a aparecer na folha de pagamentos do banco, que atribuiu cerca de 478 mil euros entre pagamentos em dinheiro e ações na parte não diferida. Já os prémios diferidos (a serem apenas pagos no futuro) ascenderam a 267,8 mil euros mais ações.
O CEO Miguel Maya auferiu o maior salário: 650 mil euros de remuneração fixa, mais 100 mil euros de remuneração variável. Seguem-se Miguel Bragança (CFO) e João Nuno Palma, que receberam 611 mil euros entre fixo e variável.
Desde 2008, pelo menos, que o BCP não atribui qualquer remuneração variável aos gestores, devido ao contexto da crise financeira e que afetou o próprio banco durante vários anos.
Desta vez, por causa da pandemia de Covid-19, o Banco Central Europeu (BCE) está a recomendar que os bancos “exerçam extrema moderação no que diz respeito a remuneração variável”, disse Andrea Enria, presidente do conselho de supervisão, ao Financial Times.
Não se sabe qual a posição do BCP em relação a esta recomendação — contactado, não quis fazer comentários –, mas já se sabe que o banco não vai pagar dividendos. Essa decisão foi tomada na passada quinta-feira, ainda antes de o BCE ter recomendado aos bancos a suspensão do pagamento de qualquer remuneração aos acionistas devido ao impacto económico do vírus. Ao mesmo tempo, o banco anunciou que vai pagar 5,3 milhões pelos trabalhadores, como compensação pelos cortes.
No conselho de administração, foram pagos salários na ordem dos 1,39 milhões de euros, com o chairman Nuno Amado a receber 690 mil euros. Mais uma vez não estão contabilizados os descontos de IRS que foram retidos na ordem dos 556 mil euros.
Destes montantes também não estão incluídos os complementos de reforma no valor de 700 mil euros que foram atribuídos a vários administradores.
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