16 horas depois, Eurogrupo ainda não chegou a um acordo. Ministros retomam reunião amanhã

Durou 16 horas a reunião do grupo informal dos ministros das Finanças da Zona Euro para discutir a resposta à crise do coronavírus. Negociações são retomadas amanhã, disse Mário Centeno no Twitter.

A reunião do Eurogrupo para discutir a resposta da Europa à crise económica provocada pelo coronavírus durou 16 horas e tem um segundo round esta quinta-feira depois de os ministros das Finanças da Zona Euro não terem chegado ainda a um acordo, anunciou o presidente Mário Centeno nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira.

Num tweet publicado na sua conta pessoal, Mário Centeno revelou que ainda não houve um acordo em relação às medidas financeiras para travar o impacto do vírus e para relançar a economia da região. Mas foram dados passos nesse sentido.

Depois de 16 horas de discussões, estamos perto de um acordo mas ainda não estamos lá. Eu suspendi a reunião do Eurogrupo, que vai continuar amanhã“, anunciou o ministro português.

“Os meus objetivos mantêm-se: uma forte rede de segurança na UE face ao impacto do Covid-19 (para proteger trabalhadores, empresas e países) e um compromisso em relação a um grande plano de recuperação”, acrescentou Mário Centeno.

A reunião foi feita por videoconferência, tendo começado com um atraso de uma hora, às 15h00 de Lisboa. Foi depois interrompida cerca das 18h00 para “uma pausa de uma hora”, mas essa interrupção – durante a qual são feitos os tradicionais contactos bilaterais para tentar alcançar consensos – foi sendo prolongada até às 22h00 de Lisboa, até ao anúncio de que os trabalhos vão mesmo entrar noite dentro.

Um dos participantes no encontro, o ministro das Finanças maltês, Edward Scicluna, já antecipara na sua conta oficial na rede social Twitter que a “maratona do Eurogrupo” poderia prolongar-se “até amanhã de manhã”, quarta-feira. Afinal os trabalhos serão retomados apenas esta quinta-feira.

Antes da reunião, Centeno disse esperar que os ministros das Finanças europeus cheguem a acordo sobre um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, e que se comprometam claramente com um plano de recuperação de grande envergadura.

Contudo, o compromisso a que os ministros das Finanças estão “obrigados” a chegar está a revelar-se difícil de fechar, pois o ponto mais controverso da resposta, o financiamento para os Estados-membros, que Centeno defende que deve ser garantido através de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), por ser a opção mais prática e “consensual”, continua a dividir os Estados-membros.

De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem antes a emissão conjunta de dívida – os chamados eurobonds ou coronabonds – e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição à solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, com Holanda à cabeça, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação às linhas de crédito do MEE, quer impor condições.

Mais pacíficas serão as duas outras vertentes do pacote de emergência que o presidente do Eurogrupo espera fechar nesta reunião, para apresentar aos chefes de Estado e de Governo da UE: o programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias empresas.

Em pouco mais de um mês, esta é a quarta reunião por videoconferência dos ministros das Finanças europeus para tentar acordar uma resposta comum à crise do novo coronavírus, sendo que desta feita é-lhes ‘exigido’ um compromisso, para ser apresentado aos líderes europeus.

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