Comissão Europeia pede “sentido de responsabilidade” ao Eurogrupo
Depois de 16 horas de reunião, não há ainda acordo entre os ministros das Finanças da Zona Euro. Comissão Europeia apela ao sentido de responsabilidade do Eurogrupo na resposta à crise.
O comissário europeu da Economia apelou ao “sentido de responsabilidade” do Eurogrupo, por os ministros das Finanças da Zona Euro não terem ainda chegado a acordo sobre a resposta económica da Europa à crise gerada pelo Covid-19.
“A Comissão Europeia apela ao sentido de responsabilidade necessário numa crise como esta”, vinca o responsável europeu pela pasta da Economia, Paolo Gentiloni, numa publicação na rede social Twitter, dando conta da suspensão dos trabalhos após 16 horas de negociações.
Tweet from @PaoloGentiloni
Aquele que é o representante do executivo comunitário nas discussões do Eurogrupo sobre a crise gerada pela pandemia Covid-19, adianta: “Amanhã é outro dia”.
A reunião do Eurogrupo foi suspensa esta madrugada após 16 horas de discussões sem consenso para um compromisso político sobre a resposta económica da Europa à crise provocada pela pandemia Covid-19, e será retomada na quinta-feira.
Também através do Twitter, o ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, e o seu homólogo alemão, Olaf Scholz, exortam “todos os Estados europeus a derrubar os desafios excecionais para chegar a um acordo ambicioso” no Eurogrupo, numa publicação conjunta (e publicada pelo primeiro).
Tweet from @BrunoLeMaire
Já Olaf Scholz, numa publicação também assinada com Bruno Le Maire, vinca na sua conta do Twitter que, “nesta hora difícil, a Europa deve permanecer unida”.
“Apelamos a que todos os países do euro não se recusem a resolver estas questões financeiras difíceis e que possibilitem um bom compromisso para todos os cidadãos”, refere a mesma mensagem.
Antes da reunião, Mário Centeno disse esperar que os ministros das Finanças europeus cheguem a acordo sobre um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, e que se comprometam claramente com um plano de recuperação de grande envergadura.
Contudo, o compromisso a que os ministros das Finanças estão ‘obrigados’ a chegar está a revelar-se difícil de ‘fechar’, pois o ponto mais controverso da resposta, o financiamento para os Estados-membros, que Centeno defende que deve ser garantido através de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), por ser a opção mais prática e “consensual”, continua a dividir os Estados-membros.
De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem antes a emissão conjunta de dívida – os chamados eurobonds ou coronabonds – e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição à solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, com Holanda à cabeça, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação às linhas de crédito do MEE, quer impor condições.
Mais pacíficas serão as duas outras vertentes do pacote de emergência que o presidente do Eurogrupo espera fechar nesta reunião, para apresentar aos chefes de Estado e de Governo da UE: o programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as pequenas e médias empresas.
Em pouco mais de um mês, esta é a quarta reunião por videoconferência dos ministros das Finanças europeus para tentar acordar uma resposta comum à crise do novo coronavírus, sendo que desta feita é-lhes ‘exigido’ um compromisso, para ser apresentado aos líderes europeus.
No último Conselho Europeu por videoconferência, realizado em 26 de março, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, após uma longa e tensa discussão, mandataram o Eurogrupo para apresentar, no prazo de duas semanas, propostas concretas sobre como enfrentar as consequências socioeconómicas da pandemia, que “tenham em conta a natureza sem precedentes do choque de Covid-19”, que afeta as economias de todos os Estados-membros.
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