Governo baixa preço do gás. Entrega de botijas ao domicílio em risco, avisam revendedores
Com os preços máximos fixados para o GPL engarrafado, será muito difícil a manutenção da atividade de entrega de gás ao domicílio, diz a ANAREC
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) contestou esta quinta-feira que o setor tenha aumentado a margem de comercialização do gás engarrafado quando os preços desciam internacionalmente e considerou que o limite de preços imposto ameaça as entregas ao domicílio.
A ANAREC assumiu esta posição num comunicado face à justificação apresentada pelo Governo para ter estabelecido um regime excecional e temporário de fixação administrativa de preços de gás de petróleo liquefeito (GPL) engarrafado.
A reação da ANAREC surgiu após a associação ter tido conhecimento do comunicado publicado no portal do Governo, segundo o qual “a necessidade desta atuação preventiva decorreu do aumento da margem de comercialização praticada pelos retalhistas, quando os preços desciam nos mercados internacionais”.
“A ANAREC não pode deixar de refutar esta afirmação”, afirmou a associação, assegurando que as empresas suas associadas, apesar da descida dos preços nos mercados internacionais, continuaram a comprar o GPL ao mesmo preço, ao canal de fornecimento, não tendo aumentado o valor do mesmo na revenda.
Segundo a associação, quando se verifica uma alteração em baixa no preço de compra pelos revendedores, esta tem sido refletida no preço de venda ao consumidor final.
“Acresce esclarecer que tem acontecido que nem todos os fornecedores dos retalhistas alteram os valores de venda na mesma data, e na mesma proporção, o que leva a que muitas vezes se verifiquem diferenças no preço de revenda ao público praticado pelos diversos operadores”, explicou.
A ANAREC alertou ainda para as possíveis consequências do limite de preços imposto pelo Governo.
“As nossas associadas referem-nos ainda que, com os preços máximos fixados para o GPL engarrafado, constantes do despacho, a vigorar durante o período de vigência do estado de emergência, considerando os seus custos (pessoal, material circulante, combustíveis e outros), será muito difícil a manutenção da atividade de entrega de gás ao domicílio, sendo o caminho o ‘lay-off’ dos colaboradores, podendo resultar na suspensão da atividade”, disse.
No mesmo comunicado, a associação salientou “a função social desempenhada pelos distribuidores de gás, que fazem as entregas do mesmo no domicílio de milhares de famílias, diariamente, principalmente num momento como o atual, na medida em que propicia o acesso a um bem de primeira necessidade aos cidadãos”.
Segundo o despacho conjunto do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, durante o mês de abril, a garrafa de 13 quilogramas (kg) de GPL butano, de tipologia T3, custará, no máximo, 22 euros.
Para a garrafa de 11 kg de GPL propano, também T3, o valor máximo é de 22,24 euros, enquanto para a garrafa de 45 kg de GPL propano, tipologia T5, o teto máximo é de 81,05 euros.
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