Trabalhadores sem licenciatura são mais atingidos pela crise do coronavírus

A consultora McKinsey defende que a crise gerada pela pandemia poderá ter mais efeitos nos empregos dos trabalhadores sem um diploma universitário e, ainda, atingir a população mais jovem.

A pandemia está a afetar empregos, um pouco por todo o mundo e, de acordo com um estudo da consultora McKinsey, os trabalhadores sem um curso universitário poderão estar entre os mais afetados, avança o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês). Cerca de 80% dos trabalhadores que sentem pouca segurança no trabalho, sofrem cortes nos salários ou são sujeitos ao lay-off, não frequentaram a universidade, revela o estudo.

Entre os mais afetados estão profissionais a trabalhar nos setores têxtil, administrativo, hotelaria, e atores ou cozinheiros, cuja ocupação exige uma maior exposição ao público. O mesmo não acontecerá com o setor do retalho e distribuição, profissionais de saúde e de cuidados de saúde, jornalistas ou arquitetos, assinala a McKinsey.

No Reino Unido, estima-se que quase metade dos trabalhadores do setor do têxtil e hotelaria ficarão em situação de lay-off, comparado com uma taxa de 4% nos setores financeiro e dos seguros.

“Se a Segurança Social não conseguir contornar totalmente os efeitos negativos das perdas de emprego, as desigualdades das sociedades serão agravadas pelas altas taxas de desemprego. Aumento da criminalidade e da instabilidade social são outras das consequências do aumento do desemprego”, refere o estudo.

O mesmo documento revela ainda que a população mais jovem, até aos 24 anos, tem mais probabilidade de vir a sofrer um impacto durante a pandemia. A capacidade para evitar o impacto na população mais jovem vai depender da rapidez com que os governos implementarem medidas para sair da crise, pela transformação de alguns setores e pela introdução de novas práticas de trabalho, alerta a McKinsey. A consultora refere ainda que o desemprego na Europa poderá duplicar e colocar 59 milhões de empregos em risco, de acordo com a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Até agora, o Reino Unido é um dos países mais afetados na Europa, tendo ultrapassado já os 120 mil infetados pelo novo coronavírus e 16 mil mortos. Em Portugal, já são mais de 82 mil empresas em situação de lay-off e um milhão e 53 mil trabalhadores, de acordo com os dados mais recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

 

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