Em tempos de Covid-19, onde investir? Seis temas que vão marcar o futuro
Credit Suisse identifica "supertrends" que considera serem temas e oportunidades de investimento com terão um desempenho superior na sequência do coronavírus.
O surto de Covid-19 mudou a forma de viver e trabalhar de grande parte da população mundial, mas também a forma se poupa e investe. Com a pandemia a pressionar os mercados financeiros, o Credit Suisse divulgou a atualização anual das supertrends, que se focam nos temas que o banco acredita vão marcar os investimentos.
“O nosso quotidiano foi interrompido em virtude da pandemia do coronavírus. Esta crise está a desafiar os sistemas e as estruturas existentes e a plantar as sementes para outras mudanças futuras, conforme desvendamos as limitações na forma como aprendemos, trabalhamos e vivemos”, diz Michael Strobaek, chief investment officer global do Credit Suisse.
A pandemia não só está a atirar a economia global para a maior crise desde a Segunda Guerra Mundial, como a aprofundar mudanças e novas tendências. São esses temas que o banco de investimento antecipa que vão surgir oportunidades de negócio de rápido crescimento. “Cada uma das tendências de investimento identifica oportunidades que se espera venham a ter um desempenho superior na sequência destas mudanças“, explica.
Assim, o Credit Suisse identifica seis supertrends que considera serem temas de investimento interessantes para o momento presente e para o futuro. São elas:
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Mudanças climáticas
O confinamento causado pelo coronavírus reduziu de forma expressiva as emissões de carbono, colocando em destaque o tema já atual das alterações climáticas. Este beneficia o investimento em empresas que contribuem com mais eficiência para a transição para uma economia mundial mais sustentável. Os principais setores nos quais a tendência de investimento se concentra são a produção de eletricidade sem emissões de carbono, o transporte, os pioneiros na transformação dos setores petrolífero e do gás e a agricultura/produção de alimentos.
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Capitalismo inclusivo
Esta tendência reflete um descontentamento popular virado, de forma mais evidente, para questões locais sendo dada maior importância à desigualdade, em detrimento de ameaças externas e protecionismo. O Credit Suisse monitoriza a ansiedade, que diz estar a aumentar. “A pandemia de Covid-19 tem demonstrado que as ameaças emergentes reais são globais e exigem uma cooperação multilateral, bem como proteção individual”, diz o banco de investimento.
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Tecnologia ao serviço das pessoas
As contínuas inovações tecnológicas e os desafios expostos pela crise do coronavírus fazem com que o setor tecnológico continue a ser atrativo para os investidores. “Os fatores determinantes deste tema de investimento — em termos de procura e de progresso tecnológico — continuam sólidos e as empresas das áreas de interesse do tema devem sair beneficiadas nos próximos anos”, aponta.
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Infraestruturas em transição
Ainda no que diz respeito à inclusão, o Credit Suisse vê como a tendência a redução do fosse nas infraestruturas. Os gastos com infraestruturas estão em expansão à medida que velhas economias tentam dar resposta a novas necessidades e apostam na sustentabilidade. Em simultâneo, novas economias aceleram a urbanização. “A expetativa de manutenção dos juros a um nível mais baixo, e até mesmo negativo em alguns momentos, por um longo período deve oferecer o incentivo certo para os investimentos. Como a preocupação climática tem atraído a atenção do grande público, os fortes catalisadores reguladores e políticos devem aumentar o dinamismo deste tema“, sublinha.
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Economia da terceira idade
Também esta não é exatamente uma tendência nova, mas está a ganhar destaque. A economia da terceira idade e investimento para o envelhecimento da população reflete o crescente envelhecimento da população. Este irá impulsionar as oportunidades de negócio e o desempenho dos investimentos por muitos anos, segundo o Credit Suisse, que lembra que nos mercados emergentes irá ocorrer a uma velocidade ainda não compreendida.
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Valores dos millenials
Do outro lado, estão os millenials, geração para a qual a sustentabilidade continua a ser um tema-chave. Nestes valores incluem-se o consumo responsável, bem como as práticas ambientais, sociais e governativas (ESG) como critério adicional ao investimento. “Com a saúde também no topo das prioridades dos millenials, existe uma procura crescente por alimentos saudáveis e sustentáveis: a dieta planetária. Por isso, juntamente com a transição para uma economia circular, incorporámos alimentos sustentáveis neste tópico de investimento“, acrescenta.
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