Portugueses ganham em média 1.069 euros. Ordenados subiram 3,2% no primeiro trimestre
De janeiro a março, a remuneração bruta regular recebida, em média, pelos trabalhadores portugueses cresceu 3,2% para 1.069 euros.
Nos primeiros três meses do ano, a remuneração média dos trabalhadores portugueses voltou a subir. De acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o ordenado bruto regular cresceu 3,2% para 1.069 euros mensais, de janeiro a março.
“A remuneração bruta mensal média por trabalhador (posto de trabalho) aumentou 3,2% no primeiro trimestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, para 1.189 euros. O mesmo sucedeu com a componente regular daquela remuneração, bem como com a remuneração base, que aumentaram 3,2% e atingiram, respetivamente, 1.069 euros e 1.005 euros”, detalha o INE, que frisa que estes números ainda não refletem o impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho nacional.
No que diz respeito ao ordenado bruto regular (que excluiu os subsídios de férias e de Natal e tem, por isso, um comportamento menos sazonal), registou-se um salto de 3,2% de 1.036 euros, no primeiro trimestre de 2019, para 1.069 euros, no primeiro trimestre de 2020. Na variação em cadeia, verificou-se também uma “aceleração do crescimento”, tendo subido mais 0,6 pontos percentuais (p.p) do que tinha crescido nesse período.
Remuneração base ultrapassou, pela primeira vez, os 1.000 euros
Fonte: INE
A propósito da variação face ao trimestre anterior, foi a remuneração bruta base média (que, como a designação indica, inclui apenas a remuneração base, excluindo todas as outras componentes) a verificar a maior aceleração em relação a dezembro de 2019: 0,7 p.p. Face ao período homólogo, cresceu 3,2% de 974 euros para 1.005 euros, mensais.
Na nota divulgada esta quinta-feira, o INE lembra que as remunerações médias “variam substancialmente” consoante a atividade económica. Por exemplo, o ordenado bruto regular variou entre 680 euros na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca e 2.516 euros no setor da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio.
Face ao primeiro trimestre de 2019, foi no setor das atividades administrativas e dos serviços de apoio e no setor das indústrias extrativas que a remuneração regular mais cresceu: 5% e 4,6%, respetivamente. Em contraste, foi nas atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais que se registou a variação menos acentuada: 0,6%.
No que diz respeito à remuneração média por dimensão da empresa, o ordenado regular variava, no primeiro trimestre, entre 733 euros mensais nas empresas com até quatro trabalhadores e 1.309 euros mensais nas empresas com até 499 trabalhadores.
Remunerações médias no Estado continuam mais altas
Fonte: INE
O INE destaca ainda: “No setor privado, a remuneração total registou uma variação homóloga superior à do setor das Administrações Públicas (3,3% contra 3,0%), passando de 1.064 euros em março de 2019 para 1.100 euros em março de 2020. A componente regular também aumentou mais no setor privado (3,3% contra 3,2%), passando de 937 Euros para 968 euros”. Ainda assim, no Estado, as remunerações médias continuam a ser mais elevadas: a regular, por exemplo, está nos 1.559 euros.
No segundo trimestre do ano, já é expectável que esta tendência de crescimento dos salários seja afetada pela pandemia de coronavírus e pela medidas que, consequentemente, foram lançadas, nomeadamente o lay-off simplificado.
Ao abrigo deste regime, os trabalhadores cujos contratos de trabalho sejam suspensos passam a receber apenas dois terços do seu salário, pagos em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo patrão. Outra modalidade prevista no lay-off simplificado, é a redução da carga horária. Nesse caso, o trabalhador tem direito à remuneração correspondente às horas mantidas e a um apoio adicional (pago em 70% pelo Estado) de modo a que, no total, sejam garantidos, no mínimo, os tais dois terços da remuneração devida em circunstâncias normais.
(Notícia atualizada às 12h06)
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