Exportações têxteis caem 19% em março. Vestuário regista pior desempenho
O vestuário foi a categoria de produtos “com pior desempenho”, registando uma quebra de 66 milhões de euros, ou seja, -8,1%.
As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram 19% em março face ao mesmo mês de 2019, sofrendo um “forte impacto” da pandemia e acumulando uma quebra de 6,4% no primeiro trimestre, divulgou a associação setorial.
Segundo os dados publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e tratados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), “em termos cumulativos, o primeiro trimestre termina com uma quebra de 6,4% e um valor exportado de 1.277 milhões de euros”, com praticamente “todos os capítulos da secção dos têxteis e vestuário no vermelho”.
As exceções foram as pastas, feltros e artigos de cordoaria (com um aumento de 6,3 milhões de euros ou 8,4%), as matérias-primas de algodão, incluindo fios e tecidos (subida de 2,3 milhões de euros ou 5,8%) e as matérias-primas de outras fibras têxteis vegetais, incluindo fios e tecidos (crescimento de 268 mil euros ou 10,7%).
Em termos globais, refere a ATP, o vestuário foi a categoria de produtos “com pior desempenho”, registando uma quebra de 66 milhões de euros, ou seja, -8,1%.
“Quer as exportações extracomunitárias, quer as intracomunitárias, registaram quebras a rondar os 6,5%”, diz a associação, destacando entre os destinos europeus mais afetados a Espanha (menos 45,2 milhões de euro, equivalentes a -11,1%), França (menos 10,5 milhões de euros ou -5,6%); Reino Unido (menos 9,3 milhões de euros ou -9%) e Itália (menos seis milhões de euros, equivalentes a -7,2%).
A contrariar a tendência negativa estiveram os Estados Unidos (mais 4,6 milhões de euros, equivalente a +5,4%), a Suíça e a Bélgica, ambas com um acréscimo a rondar os 2,5 milhões de euros.
No que se refere às importações de têxteis e vestuário, caíram cerca de 20% em março face ao mesmo mês do ano passado, tendo Portugal importado menos 10% no acumulado do primeiro trimestre face ao período homólogo, num total de 1.013 milhões de euros.
Até março, a balança comercial dos têxteis e vestuário registou um saldo de 264 milhões de euros e uma taxa de cobertura de 126%.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
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