Covid-19 dá prejuízo à Sonae Capital. Receitas batem os 100 milhões
A Sonae Capital viu os resultados do primeiro trimestre serem afetados pela crise provocada pelo coronavírus. Os prejuízos aumentaram mas, ainda assim, o volume de negócios triplicou.
A Sonae Capital foi mais uma de muitas empresas a serem prejudicadas pela crise do coronavírus. Nos primeiros três meses do ano, a empresa teve prejuízos de 5,4 milhões de euros, um aumento de 6,5% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Contudo, as receitas bateram os 100 milhões de euros.
Se entre janeiro e março do ano passado os prejuízos foram de 5,07 milhões de euros, este ano foram ainda maiores: 5,4 milhões de euros. Este desempenho, diz a empresa, deveu-se à crise provocada pelo coronavírus. “O primeiro trimestre de 2020 encerrou num contexto muito particular, que trouxe um desafio sem precedentes para a sociedade, estados, empresas ou indivíduos”, diz o CEO Miguel Gil Mata, citado no documento.
Ainda assim, no mesmo período, o EBITDA (lucros antes de impostos) aumentou 6,2% para 5,2 milhões de euros e o volume de negócios consolidado triplicou para 101,9 milhões de euros. O investimento feito pela Sonae Capital no primeiro trimestre ascendeu a 7,6 milhões de euros, com avanços feitos no “desenvolvimento da central de cogeração alimentada a biomassa, na energia e na implementação do plano de expansão no Fitness”.
Impacto no segundo semestre “será mais severo”
No setor da energia, a empresa registou um aumento do volume de negócios para 80,5 milhões de euros, mais do que cinco vez mais do que os 14 milhões do período homólogo. A empresa acelerou o crescimento com a aquisição da Futura Energía Inversiones e tem ainda previsto o investimento na nova central termoelétrica de cogeração alimentada a biomassa florestal, agendado para o segundo semestre.
No campo do fitness — onde tem os ginásios Pump, Solinca e One –, a Sonae Capital teve um “forte crescimento” e apostou as cartas no lançamento do ginásio online. No primeiro trimestre, o volume de negócios neste setor aumentou para 10,7 milhões de euros, “impulsionado pelo número superior de sócios ativos, que ascendeu a 105 mil”. Para a empresa, este foi um “forte desempenho”, dado que a atividade foi impactada pela suspensão de todos os ginásios, que resultou na perda de receitas associadas às mensalidades.
Na hotelaria, tudo indicava que este ia ser um “ano positivo” até ser decretado o confinamento, refere a empresa, em comunicado. O desempenho do setor hoteleiro foi impacto no mês de março, devido ao “abrandamento do fluxo turístico”, levando ao encerramento das unidades hoteleiras. Face a isso, o volume de negócios caiu 23,8% para 2,3 milhões de euros no primeiro trimestre.
No segmento das Operações em Tróia, que se destina a promover Tróia como um destino turístico e de lazer, a empresa de Miguel Gil Mata viu o volume de negócios cair 1,7% para 1,6 milhões de euros. Este campo inclui o transporte fluvial Atlantic Ferries, a Marina de Tróia, um supermercado da cadeia Meu Super, as Ruínas Romanas e um Centro de Estágios relacionado com a prática de futebol e um campo de golfe.
“Os resultados (…) encontram-se parcialmente impactados pela pandemia, sendo que, no segundo trimestre, o impacto será mais severo por abarcar meses de encerramento completo destas unidades. Por outro lado, estamos a preparar ativa e cuidadosamente as condições para uma pronta reabertura em total segurança, para colaboradores e clientes”, diz o CEO Miguel Gil Mata.
Ativos imobiliários ascendem a 300 milhões de euros
A carteira de ativos imobiliários da Sonae Capital ascendia a 318,3 milhões de euros no primeiro trimestre, incluindo lotes de terreno, unidades residenciais, projetos de construção residencial, turísticos e comerciais, escritórios, edifícios fabris e espaços comerciais, refere o comunicado.
Neste campo, a empresa destaca o segmento Tróia Resort, num total de 546 unidades turísticas residenciais desenvolvidas, das quais apenas 57 faltam vender. Nos primeiros três meses do ano foram assinadas quatro escrituras correspondentes a dois milhões de euros e em stock estão sete contratos de promessa compra e venda avaliados em 3,8 milhões de euros.
A unidade de outros ativos imobiliários registou um volume de negócios de 3,1 milhões de euros, mais do que duplicando face ao mesmo período do ano passado. Este valor inclui a “remuneração dos ativos sob exploração e ainda o valor de escrituras realizadas, no montante global de 1,8 milhões de euros”, refere a empresa. No bloco de escrituras realizadas destaca-se a escritura do complexo da Casa da Ribeira (1,5 milhões de euros), estando já assinados contratos de promessa compra e venda sobre vários ativos no montante global de 14,5 milhões de euros: Country Club da Maia (oito milhões), Loteamento Costa D’Oiro (4,8 milhões) e a Quinta da Malata (1,4 milhões).
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