Azul, de Neeleman, perde 962 milhões com a crise de Covid-19
Dívida da Azul, em 31 de março, estava em 20 mil milhões de reais (cerca de 3,1 mil milhões de euros), valor 33% maior do que o registado no mesmo período de 2019..
A companhia aérea brasileira Azul, terceira maior do país, teve um prejuízo de 6,1 mil milhões de reais (962 milhões de euros) no primeiro trimestre do ano, devido à crise do novo coronavírus.
“Com a implementação das medidas de restrição de viagens e distanciamento social a partir da segunda quinzena de março (pelo Covid-19), a economia brasileira ficou paralisada, levando a uma queda repentina na demanda de passageiros”, afirmou a companhia aérea.
O resultado negativo da Azul, segundo a empresa, também se deve ao facto de que no final do primeiro trimestre do ano a moeda brasileira ter desvalorizado 33% face ao dólar.
A companhia aérea brasileira também informou que registou um prejuízo líquido de 975,3 milhões de reais (154 milhões de euros) após o ajuste do valor da sua participação na empresa aérea portuguesa TAP, de 618,5 milhões de reais (97,6 milhões de euros), e as perdas com operações de hedge (operação financeira contra o risco de grandes variações de preços) de combustíveis.
O lucro operacional bruto da Azul entre janeiro e março foi de 654,2 milhões de reais (103 milhões de euros), 9,7% a menos do que no primeiro trimestre do ano passado.
Já a dívida da Azul, em 31 de março, estava em 20 mil milhões de reais (cerca de 3,1 mil milhões de euros), valor 33% maior do que o registado no mesmo período de 2019.
A companhia aérea anunciou na quarta-feira que chegou a um acordo para adiar a entrega de 59 aeronaves que havia comprado à Embraer como parte de seus esforços para mitigar a grave crise que a expansão da pandemia de covid-19 gerou no setor aéreo.
A Azul possui uma frota de 140 aeronaves e 13.000 funcionários e é a terceira maior do país, atrás da Latam Brasil e da Gol.
Antes da pandemia e em plena expansão, a Azul recebia em média entre 15 e 20 aeronaves Embraer por ano, permitindo atender à procura após o seu acordo com a companhia aérea portuguesa TAP.
Em fevereiro, a TAP fechou um acordo de cooperação comercial – sem afetar a composição da empresa – com a Azul, de propriedade do empresário David Neeleman, que também é um dos principais acionistas privados da companhia aérea portuguesa.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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