Mais de metade das empresas já está em pleno funcionamento
Na semana de 11 de maio, mais de metade das empresas já estava em "pleno funcionamento". A conclusão é de um inquérito semanal da CIP com base em 1.200 empresas associadas.
Mais de metade das empresas portuguesas estava em “pleno funcionamento” na semana de 11 de maio, a última da primeira fase do plano de desconfinamento que está a ser implementado pelo Governo. A conclusão faz parte dos dados recolhidos semanalmente pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e representa uma melhoria de cinco pontos percentuais face à semana anterior.
Os dados mostram ainda que 37% das empresas estavam “parcialmente encerradas”, um número equivalente ao da semana de 4 de maio, e 10% estavam encerradas. Estes resultados baseiam-se num inquérito elaborado pela CIP e realizado junto das empresas associadas, com base numa amostra total e representativa de 1.179 empresas.
Um total de 58% das empresas assumiu que a respetiva atividade permite o teletrabalho e 98% das empresas nessas circunstâncias optou por adotar este regime, de forma parcial ou total. A esmagadora maioria (83%) adotou teletrabalho parcial (isto é, envolvendo, em média, 25% dos trabalhadores).
O inquérito evidencia também aquilo que a CIP considera ser um “cumprimento criterioso e rigoroso” por parte das empresas das medidas definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para a higienização das mãos, bem como na utilização de máscaras. Porém, apenas 66% das empresas da amostra não possuem registos escritos dos momentos de higienização e desinfeção das superfícies.
Os resultados permitem ainda concluir que mais de 96% das empresas adotou procedimentos de manutenção de uma distância mínima entre trabalhadores e que 87% disponibilizou ou obrigou os visitantes a usarem máscaras, ou criaram barreiras físicas. Quase metade (49%) das empresas alterou o layout do espaço para aumentar a distância mínima entre pessoas.
Face a estas informações, numa apresentação aos jornalistas, o presidente da CIP, António Saraiva, considerou que “a generalidade das empresas estão comprometidas com a saúde pública”. “Entramos hoje [segunda-feira] na segunda fase de levantamento das medidas de confinamento e 88% das empresas consideram, pelo menos, razoáveis, as medidas das autoridades de saúde para reabertura dos estabelecimentos”, destacou também.
"Entramos hoje [segunda-feira] na segunda fase de levantamento das medidas de confinamento e 88% das empresas consideram, pelo menos, razoáveis, as medidas das autoridades de saúde para reabertura dos estabelecimentos.”
CIP reúne com António Costa. Vai propor mais medidas
Nos resultados obtidos pelo inquérito da CIP consta ainda que quatro em cada cinco empresas “continua a considerar que as medidas tomadas pelo Governo ficam aquém das necessidades para enfrentar a pandemia”, disse António Saraiva.
Entre as principais queixas continuam a estar os atrasos pelo Estado, com Saraiva a dizer que “não têm sido rápidas para se adaptarem à urgente necessidade das empresas”. “Exige-se que sejam mais rápidas, de fácil acesso e de rapidez de execução”, acrescentou.
Desta forma, Saraiva vai reunir esta terça-feira, 19 de maio, com o primeiro-ministro, António Costa, numa reunião onde a CIP apresentará um “plano extraordinário” com mais medidas de apoio às empresas para fazerem face à pandemia. “É uma reunião concedida exclusivamente à CIP” para explicar “em detalhe” essas novas medidas e apelar a “respostas” e “calendarização” por parte do Executivo, disse o presidente da confederação.
O plano conta, desde logo, com as medidas que a CIP levou à concertação social na passada sexta-feira, nomeadamente a de dotar as empresas de capital ao invés de reforçar o endividamento, através da constituição de um fundo de capitalização no valor de três mil milhões de euros, ou a da criação de uma linha de dívida subordinada para fazer face aos prejuízos deste e do próximo ano nos setores da restauração, agências de viagens, comércio e microempresas.
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