Bundesbank descarta recuperação económica neste trimestre
O banco central alemão descartou a hipótese de uma recuperação da economia da Alemanha neste segundo trimestre. Vida social e económica continua "muito longe" do normal.
O banco central alemão descartou uma recuperação da economia alemã no segundo trimestre deste ano, depois da contração de 2,2% entre janeiro e março devido à pandemia do Covid-19, face ao quarto trimestre de 2019, revelou o Bundesbank.
No relatório de maio, o Bundesbank considera que, apesar de o aligeirar das medidas de confinamento, “a vida social e económica na Alemanha está muito longe do que até agora era considerado normal”.
Para os economistas do Bundesbank, “a economia alemã continuará dominada no segundo trimestre do ano pela pandemia do novo coronavírus”. Por isso, preveem que a produtividade da economia será “significativamente menor” no segundo trimestre, face aos primeiros três meses deste ano, porque as medidas de confinamento vigoram por um período mais longo e afetam sobretudo a segunda metade do mês de março.
Assim, a contração da economia alemã deu-se principalmente em março, já que em janeiro e fevereiro ocorreu uma recuperação, segundo o Bundesbank. “As medidas contra a pandemia e o confinamento na Alemanha e no estrangeiro estão a prejudicar em grande medida a economia alemã”, especialmente nos setores de serviços relacionados com o consumidor, que tiveram que interromper ou limitar em grande medida a sua atividade, nomeadamente, a restauração, o comércio de retalho, as empresas de viagens e os serviços ligados ao lazer e à cultura.
O Bundesbank prevê que o trabalho a tempo reduzido que tem servido para ajudar os trabalhadores afetados pela pandemia a receber subsídios sociais na Alemanha, devido à falta de procura, será um “instrumento de ajustamento mais importante” do que foi na crise financeira de 2008/2009.
No auge da crise pandémica, quase um milhão de pessoas receberam subsídios para compensar a redução em média de um terço do dia de trabalho. O Bundesbank referiu ainda que o número de pessoas com uma jornada de trabalho reduzida está a diminuir. Trata-se de empregos cujo salário mensal não pode exceder 450 euros e em que os trabalhadores não fazem descontos para a segurança social, não possuem seguro de desemprego ou de reforma.
O banco central alemão constatou também que o número de trabalhadores por conta própria diminuiu em março como aconteceu nos meses anteriores, segundo o relatório.
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