Bruxelas elogia recuperação da banca. Alerta para impacto da crise no malparado

A Comissão Europeia elogiou os esforços dos bancos para voltarem a ser rentáveis. Apesar da redução do malparado nos últimos anos, a crise da pandemia vai ter impacto na qualidade do crédito.

A Comissão Europeia elogia as “melhorias no conjunto do sistema bancário português” nos últimos anos, mas avisa que a crise provocada pela pandemia de Covid-19 vai colocar maior pressão sobre o setor, antecipando um aumento do crédito malparado.

Em concreto, Bruxelas nota melhorias na rentabilidade dos bancos devido aos “esforços para aumentar a eficiência do setor e reduzir as provisões e imparidades”, o que permitiu reforçar os rácios de capital.

Porém, “os níveis de fundos próprios dos bancos ainda estão abaixo da média da União Europeia” e o rácio de malparado, embora tenha caído substancialmente, “permanece o dobro do rácio da UE”, segundo o relatório do semestre europeu com as recomendações específicas para Portugal.

É neste cenário que a Comissão alerta para o impacto da crise do coronavírus no aumento do malparado: “O enfraquecimento da economia, a crise Covid-19 e o ambiente de baixos juros vão criar desafios para o setor bancário e irão refletir-se na qualidade de crédito dos empréstimos concedidos“.

Os bancos estão cientes dessas dificuldades e já puseram de lado mais de 200 milhões de euros para fazer face ao aumento do incumprimento nos empréstimos, aguardando por mais dados sobre a extensão da crise para saber se vão ter de criar mais provisões.

Bruxelas avisa ainda que os bancos portugueses continuam expostos a algumas geografias altamente dependentes da evolução dos preços das mercadorias, nomeadamente o petróleo. “A exposição a essas geografias é sensível ao risco de mercado, câmbio e risco de crédito e pode afetar a qualidade de crédito dos empréstimos concedidos às empresas expostas a essas geografias”, explica a Comissão.

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