Medina adia zonas sem carros na Baixa. Lisboa vai ter o dobro das ciclovias até 2021
A Câmara Municipal de Lisboa apresentou esta quarta-feira um pacote de medidas destinado a incentivar uma mobilidade menos dependente do carro na era pós-covid.
O presidente da Câmara de Lisboa (CML), Fernando Medina, anunciou esta quarta-feira um conjunto de medidas destinado a incentivar uma mobilidade menos dependente do carro na era pós-covid. Menos faixas para carros, mais ciclovias e zonas de descanso, bem como, incentivos para a compra de bicicletas são algumas das iniciativas para tornar a cidade de Lisboa “mais saudável e mais sustentável”. Além disso, a autarquia vai propor o adiamento da zona de emissões reduzidas na baixa de Lisboa.
“Vou propor também que a entrada em funcionamento da zona de emissões reduzidas na dimensão da limitação automóvel, que, estava definido que ocorresse agora, seja avaliada a sua data num momento posterior”, anunciou o presidente da CML, Fernando Medina, na videoconferência desta quarta-feira.
Considerando que a zona de emissões reduzidas (ZER) “é um projeto da maior importância”, Fernando Medida aponta que esta é “a solução mais razoável e ponderada” para todos aqueles que “vivem e procuram a baixa da cidade de Lisboa”. A autarquia tinha anunciado, em finais de janeiro, que a circulação rodoviária de parte da Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado iria estar limitada aos residentes e transportes públicos já a partir de junho.
Lisboa passará ainda a ter quase o dobro das ciclovias. “Esta é a rede de ciclovias que hoje temos na cidade de Lisboa, uma rede com pouco mais de 100 quilómetros e, por isso, uma rede que cobre a ligação fundamental dos grandes espaços verdes. Mas uma rede que ainda tem lacunas relativamente aos eixos estruturantes”, começou por referir o presidente da CML, Fernando Medina, na videoconferência desta quarta-feira.
Assim, com uma rede de seis eixos e num plano dividido em três fases: “a primeira até julho deste ano (mais 26 km), a segunda que irá até setembro (mais 30 km) e a terceira que até ao primeiro trimestre de 2021 (mais 20,5 km)”, ano em que Fernando Medina termina o mandato, o objetivo é a capital ter uma rede de ciclovia de 200 quilómetros.
Entre as várias ciclovias a serem construídas em Lisboa, o autarca destaca a da Av. de Roma, referindo ser esta “uma ambição dos ciclistas da velha avenida de Lisboa”. “Vamos retirar uma faixa numa parte de um troço e vamos permitir fazer esta ligação protegida da Av. de Roma completando a ligação da Praça de Londres até à Av. do Brasil”, explicou Fernando Medina.
A Câmara Municipal de Lisboa compromete-se ainda a intervencionar várias ruas, com o intuito de diminuir, ou mesmo suprimir, vias de circulação automóvel e aumentar o tamanho dos passeios. É o caso de, por exemplo, a Rua Dom Pedro V, o troço entre o jardim do Príncipe Real e a Rua São Pedro de Alcântara, que será alvo de uma intervenção, alargando as esplanadas da zona que abrange vários serviços de restauração.
Câmara de Lisboa “dá” três milhões de euros para compra de bicicletas
Entre as medidas apresentadas contempla-se ainda o apoio à aquisição de bicicletas pelos munícipes, num investimento de três milhões de euros. Assim, a autarquia vai apoiar em 50% a aquisição destes veículos, pelo que serão passados “cheques” de 100 euros no caso das bicicletas tradicionais exclusivamente a estudantes.
No caso das elétricas, o “cheque” máximo é de 350 euros, disponíveis para moradores e trabalhadores da cidade e até 500 euros para as bicicletas de carga, tal como o Público (acesso condicionado) avançou esta manhã. “O objetivo é que o estacionamento para bicicletas seja gratuito em toda a cidade”, disse Fernando Medina.
Nesse sentido e para incentivar uma mobilidade mais amiga do ambiente, a CML vai criar 1.050 lugares de estacionamento de bicicletas nos parques
subterrâneos da EMEL, bem como em parques concessionados pela autarquia. Haverá ainda mais cinco mil lugares para estes veículos “em todas as entidades
de interesse público que o solicitem, como escolas, clubes desportivos e outras instituições”.
Todas as medidas apresentadas esta quarta-feira enquadram-se no âmbito de “Lisboa Capital Verde Europeia 2020”. Para Fernando Medina, a pandemia “tornou evidente que os impactos são maiores nas cidades e zonas com maior poluição”, pelo que é necessário “criar novas alternativas para as pessoas se poderem mover dentro da cidade e da área metropolitana de Lisboa”, concluiu.
(Notícia atualizada às 18h06)
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