CMVM suspende ações do Porto. Clube quer adiar reembolso

O regulador dos mercados financeiros deliberou a suspensão da negociação das ações do FC Porto na bolsa, depois de se saber que a SAD quer adiar por um ano o reembolso de dívida contraída em 2017.

A CMVM decidiu suspender a negociação das ações da SAD do FC Porto, “aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado”. Em causa estará a notícia de que o clube está a tentar obter a aprovação dos obrigacionistas para adiar o reembolso da dívida contraída no mercado em 2017 por mais um ano.

Os títulos dos “dragões” ainda não tinham negociado esta sexta-feira, cotando a 76 cêntimos cada desde a passada quarta-feira. Porém, o regulador entendeu que o clube tem justificações a dar aos mercados, eventualmente sobre o pedido de adiamento do reembolso de um empréstimo obrigacionista de há três anos.

Em causa estarão as declarações ao ECO do administrador financeiro do FC Porto, Fernando Gomes, que admitiu que o clube está a tentar adiar este pagamento e que, se não puder levar avante essa intenção, poderá ter de obter financiamento com a venda de um jogador: “A acontecer [a não aprovação do adiamento do reembolso], a solução passaria por um composto entre a antecipação de uma venda de um jogador, e a obtenção de um financiamento”, indicou o gestor.

O reembolso em causa será na ordem de 35 milhões de euros, com os títulos de dívida a atingirem a maturidade já no próximo dia 9 de junho — isto é, na próxima terça-feira. A intenção de Fernando Gomes será a de adiar o vencimento para 9 de junho de 2021, continuando, até lá, a pagar a mesma taxa de juro, de 4,29%, que tem vindo a pagar até aqui.

A assembleia-geral de obrigacionistas em que o FC Porto pedirá a autorização está marcada para a tarde desta sexta-feira, às 15h00, sendo a segunda vez que o clube tenta pedir o adiamento. A primeira foi a 19 de maio, mas o encontro não se realizou por falta de quórum.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h32)

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