Bancos já receberam mais de 780 mil pedidos de moratórias. Aprovaram 88%
Desde 27 de março e até ao final de maio, os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram 783.749 contratos de crédito. Até essa data, as instituições aprovaram medida em 688.515 contratos.
O número de pedidos de moratórias no crédito já ultrapassou a barreira dos 780 mil. Desde a introdução deste mecanismo que permite suspender o pagamento do crédito a empresas e famílias, os bancos já deram aval a mais de 688 mil, 88% desse “bolo” revela o Banco de Portugal nesta quinta-feira. Mais de metade dos contratos — 56% — que beneficiam de medidas de apoio estão integrados no regime da moratória pública, enquanto os restantes estão abrangidos por moratórias privadas, acrescenta o regulador da banca.
“Desde 27 de março e até ao final de maio, os pedidos de adesão a moratórias de crédito abrangeram um total de 783.749 contratos de crédito. Até essa data, as instituições aplicaram as medidas de apoio previstas nas moratórias a 688.515 contratos, correspondendo os restantes 95.234 contratos a situações que, nessa data, estavam ainda em apreciação ou não preenchiam as condições de acesso“, revela a instituição liderada por Carlos Costa em comunicado.
Estes números são divulgados um dia depois de o Banco de Portugal ter divulgado no seu Relatório de Estabilidade Financeira que os créditos abrangidos pelas moratórias já ascendiam a um total de 39 mil milhões de euros, 22% do total crédito concedido.
Relativamente ao número de moratórias que já foram atribuídas, o regulador adianta que 56% dos contratos que beneficiam de medidas de apoio estão integrados no regime da moratória pública, ascendendo a um total de 385.117 contratos, enquanto os restantes 303.398 estão abrangidos por moratórias privadas.
No âmbito da moratória pública, quase metade dos contratos integrados (171.817) dizem respeito a crédito à habitação, mas a maioria — 213.300 — “envolvem crédito a empresas, a empresários em nome individual (ENI) e a outros clientes”.
Já os contratos integrados nas moratórias privadas respeitam, maioritariamente, a crédito aos consumidores (175.336), enquanto os restantes 128.062 correspondem a contratos de crédito hipotecário.
“Os contratos de crédito celebrados com consumidores (famílias) representam mais de dois terços dos contratos que beneficiam das moratórias (475.215 contratos)” explica ainda o Banco de Portugal. Mais especificamente, 69% do total dos contratos integrados nas moratórias dizem respeito a esse universo, enquanto os restantes são créditos a empresas, ENI e outros.
As moratórias foram introduzidas no final de março, permitindo que as famílias e empresas afetadas pela crise possam suspender temporariamente o pagamento das prestações e/ou juros dos empréstimos sem qualquer penalização. Foi inicialmente prevista uma moratória até ao final de setembro.
Mas já neste mês de junho, o regime público foi alargado até ao final de março do próximo ano e passou a abranger mais clientes e créditos. A extensão da medida foi acompanhada entretanto pela moratória privada protocolada através da Associação Portuguesa de Bancos (APB), com esta a passar, contudo, a ser aplicada apenas para créditos que não cumprirem os requisitos que permitam beneficiar da moratória legal.
(Notícia atualizada às 15h28)
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