Despesa com a saúde está a crescer mais do que o PIB
A despesa corrente em saúde cresceu acima do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, tal como em 2018, revela a Conta Satélite publicada pelo INE. Famílias estão a gastar mais, exceto no público.
A despesa corrente em saúde aumentou 5,2% em termos nominais em 2019, tendo como base o ano de 2016. A informação faz parte da Conta Satélite da Saúde, publicada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O crescimento nominal da despesa corrente foi superior ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), nomeadamente uma diferença de 1,3 pontos percentuais. Por outras palavras, as despesas com saúde estão a aumentar a um ritmo mais acelerado do que o crescimento da economia.
“Para 2019 estima-se que a despesa corrente em saúde tenha atingindo 20.302,6 milhões de euros (9,6% do PIB e 1.973,8 euros per capita)”, aponta o INE. “Estima-se que a despesa pública tenha crescido a um ritmo inferior (menos 1,6 pontos percentuais) que a despesa privada (variação de 6,2%)”, acrescenta o instituto.
Recuando um ano, até 2018, o crescimento da despesa corrente, em termos nominais e tendo por base o ano já fechado de 2016, foi de 5,6%. “Em 2018, a despesa corrente em saúde totalizou 19.303,4 milhões de euros, que corresponderam a 9,4% do PIB e a 1.877,1 euros per capita“, sublinha.
De acordo com o INE, a despesa corrente dos principais agentes financiadores aumentou nesse ano, sendo que “o aumento mais significativo” foi registado pelas “outras unidades da Administração Pública”, rubrica que assistiu a um aumento de 11,1%.
O INE explica esta evolução com o “incremento do financiamento da atividade das entidades públicas prestadores que não integram o SNS [Serviço Nacional de Saúde], como, por exemplo, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e o Instituto Nacional de Emergência Médica”.
“Em 2018 e 2019, as sociedades de seguros continuam a reforçar a sua importância relativa ao financiamento do sistema de saúde (4,1% em 2018 e 4,2% em 2019), apresentando aumentos de 10,4% e 8,8%, respetivamente”, salienta também o organismo de estatística português.
Famílias gastam mais com saúde. Despesa nos hospitais públicos foi a única a diminuir
As famílias portuguesas estão a gastar mais com saúde. Dados provisórios de 2018 mostram que a despesa aumentou em todas as rubricas de despesa, exceto na despesa em hospitais públicos, a única a diminuir.
O INE aponta que, “em 2018, a despesa das famílias aumentou 4,4%”. Isto é explicado, “principalmente”, com o “acréscimo do financiamento em entidades que prestam cuidados de saúde continuados como atividade secundária”, que aumentou 5,8%, mas ainda “em prestadores de cuidados de saúde em ambulatório (+5,1%), em hospitais privados (+4,1%), em outras vendas de bens médicos (+3,8%) e em farmácias (+1,9%)”. “A despesa em hospitais públicos foi a única a diminuir”, destaca o INE, apontando para uma redução de 0,6% nesta rubrica.
Nesta Conta Satélite da Saúde, o INE recorre à base de 2016 e aponta que este relatório “é objeto de mudanças de base sensivelmente a cada cinco anos”. O objetivo é “refletir desenvolvimentos metodológicos, atualizações de procedimentos, do universo de referência e respetivas classificações e a incorporação de novas fontes de informação”. Estes dados ainda não contemplam qualquer eventual impacto da pandemia de Covid-19.
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