Câmaras vão ter apoio de 20 milhões para criar espaços de cowork
Governo está a dar apoios para que as empresas do litoral contratem colaboradores em regime de teletrabalho, colocando-os no interior. E tem 20 milhões para criarem espaços de cowork no interior.
“O teletrabalho pode ter certos inconvenientes, nomeadamente não distinguir o espaço da habitação do espaço de trabalho e a desmotivação que isso pode causar”. A afirmação é da ministra da Coesão que defende a necessidade de existirem espaços de teletrabalho. Para isso, o Executivo vai criar um apoio de 20 milhões de euros para ajudar as câmaras a criarem espaços de cowork.
Com o incentivo que o Governo está a dar para que as empresas do litoral contratem colaboradores em regime de teletrabalho, colocando-os no interior, é necessário criar as condições para que essa seja uma verdadeira opção. O programa +Co3so Emprego dá às empresas um apoio a fundo perdido equivalente a 2,5 Indexantes de Apoios Sociais para as incentivar a contratar novo colaboradores. O trabalhador receberá 1.097,03 euros — um salário que poderá ser superior desde que a empresa esteja disposta a pagar mais — enquanto a empresa recebe esse valor acrescidos dos 23,75% da Taxa Social única (TSU) mais 40% destes dois custos sob forma de incentivo à contratação. Este apoio é válido por três anos.
Este apoio destina-se aos três primeiros postos de trabalho criados. Nos restantes três, o incentivo desce para o equivalente a dois IAS e até ao limite de dez colabores desce mais 0,5 IAS. Nestes casos, ao fim de três anos, a empresa recebe um apoio que ronda os 41 mil euros. A medida já constava do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), com um custo previsto de 20 milhões de euros. Também neste caso se aplica uma majoração de mais 0,5 IAS para as novas empresas (até cinco anos), famílias monoparentais, deficientes, refugiados, sem abrigo, vítimas de violência doméstica, beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
“Não estamos a criar medidas dispersas. Abrimos o apoio ao investimento, depois apoios à contratação para todo o território, mas com majoração para o interior, e apoios para empresas que contratem no litoral, mas coloquem os trabalhadores em teletrabalho no interior. Agora vamos trabalhar com as autarquias e com outras entidades que tenham espaços de trabalho – coworking”, explica ao ECO, Ana Abrunhosa.
“Temos uma medida que prevê um apoio de 20 milhões para adaptar esses espaços de trabalho”, acrescenta, uma medida que surge no âmbito do programa +Co3so Emprego e já estava prevista no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES). “Será também dado apoio à implementação/melhoria de condições de trabalho através da criação (com envolvimento contínuo dos municípios e infraestruturas tecnológicas) de
espaços especialmente desenhados para a prática de teletrabalho, designadamente em sistema de coworking, com base em infraestruturas de base tecnológica (designadamente Parques Tecnológicos). Prevê-se que a implementação destes espaços tenha elevado potencial de captação dos novos nómadas digitais e de millennials, entre outros, promovendo a prática do teletrabalho, em especial nas cidades do interior. Os espaços de coworking/teletrabalho visam reduzir as desvantagens do teletrabalho, nomeadamente o isolamento, fator frequente de desmotivação. Por outro lado, estimulam a partilha de experiências, ideias, bem como constituem fator de estímulo à economia local”, pode ler-se no documento aprovado a 6 de junho.
“O teletrabalho é algo que tem de ser muito bem pensado porque exige uma forma completamente diferente de trabalhar e da própria organização, porque os colaboradores passam a trabalhar por objetivos”, frisa a responsável pelos programas operacionais regionais, responsáveis pelo financiamento das medidas lançadas esta quarta-feira.
“A existência de espaços de teletrabalho em que a pessoa possa estar com outras pessoas, na mesma condição, é uma medida que até se pode fazer com recursos pouco significativos em termos de montante, mas significativos em termos de impacto”, defende Ana Abrunhosa.
“É trabalhar com as autarquias, ver espaços de acolhimento que já têm, as infraestruturas tecnológicas, e depois criar as condições para a pessoa poder estar lá em teletrabalho. São espaços de coworking e muitas vezes de fertilização cruzada, porque as pessoas quando se conhecem começam a trocar ideias”, afirma a ministra da Coesão, concluindo que se trata de “espaços muito ricos”.
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