No primeiro dia em bolsa, 26 milhões de direitos da EDP mudaram de mãos
Direitos valorizaram quase 5% na sessão e fecharam a valer 11,10 cêntimos, apresentando um prémio de 1,29% em relação ao preço das ações.
Os direitos para comprar novas ações da EDP começaram, esta quinta-feira, a negociar na bolsa de Lisboa. Após uma montanha russa em que o preço destes ativos chegou a disparar 18% e em que as negociações estiveram suspensas várias vezes, acabaram por fechar a valer 11,10 cêntimos.
Os títulos fecharam a primeira sessão de negociação com um ganho de 4,7% face à cotação inicial. Já em relação às ações da EDP — que fecharam com uma perda de 0,04% para 4,546 euros –, o prémio é de 1,29%, o que demonstra o forte apetite dos investidores. Ao longo da sessão, foram transacionados 26.237.174 direitos (0,73% do total disponível).
Ao longo da sessão os direitos chegaram mesmo a custar 12,50 cêntimos aos investidores. O valor dos direitos tende a acompanhar a cotação da EDP, já que o ativo subjacente é o mesmo, mas nem sempre o caso. O desequilíbrio refletiu o forte apetite dos investidores pela operação de aumento de capital.
Momentos como este tendem a ser aproveitados por alguns investidores para fazerem arbitragem, operações em que tiram partido dos desequilíbrios no mercado, praticamente sem risco.
Mas a distorção levou também a que fosse acionado um mecanismo de circuit breaker da bolsa. O elevado fluxo de ordens a preços díspares faz acionar um leilão, levando à suspensão dos títulos até que seja encontrada uma correspondência que forme um novo preço. Aconteceu oito vezes ao longo do dia, segundo a Euronext Lisbon.
Fonte oficial da bolsa nacional confirmou ao ECO que “a negociação dos direitos da EDP esteve interrompida hoje [quinta-feira] devido ao mecanismo dos collars (interrupção momentânea da negociação quando o título atinge variações de preço significativas)”.
Estes direitos permitem aos investidores adquirir as novas ações que a EDP vai emitir e entraram na bolsa. Há 3,6 mil milhões destes títulos para transacionar e é necessário ter 11,75 direitos para subscrever cada nova ação a 3,30 euros. No total, a elétrica vai aumentar o capital em 1.020 milhões de euros, em parte para financiar a compra da empresa espanhola Viesgo.
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