Apetite dos investidores puxa direitos da EDP para os 12,5 cêntimos. Negociações já estiveram suspensas
O maior apetite dos investidores pelo aumento de capital da EDP está a puxar pelo preço dos direitos de subscrição. Assumem um prémio de mais de 6% e já houve suspensão das negociações por duas vezes.
Os direitos de subscrição do aumento de capital da EDP EDP 0,82% começaram a negociar esta quinta-feira a prémio face à cotação das ações. O forte apetite dos investidores está a levar à sucessiva suspensão das negociações durante alguns minutos.
Os títulos entraram na sessão a negociar com um prémio de 0,3% face ao valor das ações. Numa altura em que a elétrica ganhava 0,18% em bolsa, para 4,556 euros cada título, os direitos valiam 10,73 cêntimos, uma evolução de 1,2% face à cotação inicial. Mas a distorção acelerou e as negociações foram suspensas uma primeira vez.
Pouco depois do arranque, a cotação da elétrica inverteu e recuou 0,11%, para 4,543, tendo a negociação dos direitos do aumento de capital sido suspensa numa altura em que já assumiam um prémio de 2,27% face às ações da elétrica. Desde então, já retomaram as negociações e já foram suspensos uma segunda vez.
Nesta altura, os direitos do aumento de capital estão a valer 11,24 cêntimos numa altura em que o preço das ações da EDP está nos 4,544 euros. Trata-se de um prémio de 6,25% face ao valor das ações da elétrica, um sinal de forte apetite dos investidores. E já estiveram a custar mais de 12 cêntimos aos investidores.
O valor dos direitos tende a acompanhar a cotação da EDP, já que o ativo subjacente é o mesmo, mas este desequilíbrio é um sinal de maior apetite dos investidores pela operação avaliada em 1,02 mil milhões de euros que a EDP espera concluir para financiar a compra da Viesgo. Momentos como este tendem a ser aproveitados por alguns investidores para fazerem arbitragem, operações em que tiram partido dos desequilíbrios no mercado, praticamente sem risco.
No caso concreto da suspensão, estará relacionada com o mecanismo de circuit breaker da bolsa. Numa altura em que quase meio milhão de direitos já trocaram de mãos no mercado, o elevado fluxo de ordens a preços díspares fará acionar um leilão, levando à suspensão dos títulos até que seja encontrada uma correspondência que forme um novo preço.
Fonte oficial da Euronext Lisbon confirma que “a negociação dos direitos da EDP esteve interrompida hoje [quinta-feira] devido ao mecanismo dos collars (interrupção momentânea da negociação quando o título atinge variações de preço significativas)”. Pelas 9h31, os direitos já tinham sido suspensos em bolsa cinco vezes, avança a mesma fonte.
Estes direitos permitem aos investidores adquirir as novas ações que a EDP vai emitir e entraram na bolsa com um preço teórico de 10,61 cêntimos, depois de destacados da cotação da elétrica na passada segunda-feira. Há 3,6 mil milhões destes títulos para transacionar e é necessário ter 11,75 direitos para subscrever cada nova ação a 3,30 euros, um desconto de cerca de 28% face à cotação desta sessão. Desde esta quinta-feira que os investidores podem vender ou comprar os direitos livremente na bolsa.
Cotação da EDP na bolsa de Lisboa:
Lisboa à deriva em dia de ganhos na Europa
A admissão à negociação dos direitos do aumento de capital da EDP acontece num dia de ganhos nas bolsas europeias, com o português PSI-20 a registar apenas uma valorização ligeira. O índice nacional avança 0,11%, para 4,514,77 pontos, amparado pela valorização expressiva da Galp Energia.
A petrolífera soma 1,01%, para 10,525 euros, num dia em que o preço do barril de Brent sobe 0,50% em Londres, para 44,51 dólares. Também o banco BCP contribui para subida, avançando 0,37%, para 10,76 cêntimos por ação, no dia em que foi revelado que os lucros da subsidiária Bank Millennium na Polónia afundaram 79% no semestre, para 16,2 milhões de euros.
Nota também para a subida da Nos na bolsa. Os investidores estão a comprar ações da companhia mesmo perante a queda de 64% nos lucros da operadora no semestre, para 35 milhões de euros, que foi revelada na quarta-feira. Ainda assim, os títulos valorizam 0,55%, para 3,664 euros.
No sentido inverso, a pressionar a praça nacional está a queda das ações da EDP Renováveis. A elétrica do grupo EDP recua 0,28%, para 14,18 euros. Nota ainda para a desvalorização da Jerónimo Martins, numa altura em que a dona do Pingo Doce perde 0,27% em bolsa, para 14,73 euros por ação.
Enquanto isso, na Europa, o Stoxx 600 avança 0,30%, ao mesmo tempo que o alemão DAX ganha 0,48%, o francês CAC-40 soma 0,51%, o espanhol IBEX-35 cede 0,03%, o italiano FTSE Mib perde 0,17% e o britânico FTSE soma 0,37%.
(Notícia atualizada pela última vez às 9h40)
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