Moody’s reafirma rating da EDP depois da compra da espanhola Viesgo
Agência de rating argumenta que a reafirmação da notação da EDP reflete "a visão da Moody's de que a aquisição da Viesgo é moderadamente positiva para o perfil de risco dos negócios da EDP".
A agência de notação financeira Moody’s reafirmou o rating da EDP em Baa3, com perspetiva estável, depois de a elétrica portuguesa anunciar a compra da espanhola Viesgo, de acordo com uma nota divulgada esta sexta-feira à noite.
“A ação de rating segue-se ao anúncio em 15 de julho, pela EDP, de que acordou a compra da Viesgo, que detém redes de distribuição elétrica em Espanha (com uma base de ativos avaliada em 1.000 milhões de euros), mais de 500 MW [megawatts] de capacidade renovável na Península Ibérica e duas centrais a carvão que serão desativadas em 2021, por um valor de 2,7 mil milhões de euros”, pode ler-se no comunicado da Moody’s.
A agência de rating norte-americana argumenta que a reafirmação da notação da EDP reflete “a visão da Moody’s de que a aquisição da Viesgo é moderadamente positiva para o perfil de risco dos negócios da EDP“, bem como “o impacto neutro da transação no perfil financeiro da EDP, dado o seu parcial financiamento por ações”.
“Na visão da Moody’s, a aquisição da Viesgo representa um enquadramento industrial e estratégico forte com as atividades existentes da EDP em Espanha”, considera a agência norte-americana.
Segundo a empresa, “a EDP combinará a adjacente rede de distribuição de eletricidade espanhola com a da Viesgo, criando assim um negócio com uma base de ativos regulada agregada de 1,8 mil milhões de euros”.
“As redes de distribuição em Espanha beneficiam de visibilidade nas receitas até ao final de 2025 com rendimentos permitidos de 5,58% (nominais, antes de impostos). Através desta aquisição, a EDP também reforça a sua posição nas eólicas onshore [em terra] na Ibéria”, considera a Moody’s.
De acordo com as estimativas da agência norte-americana, “a transação permite à EDP aumentar a sua percentagem de EBITDA [ganhos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] provenientes de redes reguladas para 30%, depois de ter 27% em 2019″.
Do ponto de vista do risco financeiro, a Moody’s espera, em geral, “um impacto neutro nas métricas do crédito”, devido à compra ser efetuada por um misto de recurso “a dívida e a títulos, incluindo um aumento de capital de 1,02 mil milhões de euros e a desativação de uma carteira de ativos de combustíveis fósseis e clientes em Espanha”, referindo-se ainda à parceria com a Macquarie, que contribuirá com 700 milhões de euros em títulos e dívida.
“Em geral, o rating Baa3 da EDP continua a ser apoiado pela sua posição como a maior empresa de eletricidade em Portugal e a sua diversidade geográfica e de negócios, a sua alta percentagem de atividades reguladas e contratadas (cerca de 80% do EBITDA), o registo de rotação de ativos do grupo para aliviar necessidades financeiras e a detenção de 21,5% do capital pela China Three Gorges”, conclui a Moody’s.
Segundo a agência de rating, os pontos positivos ajudam a compensar “a volatilidade nos ganhos da produção hidroelétrica na Península Ibérica e, em menor grau, recursos eólicos globais, os riscos de execução associados aos custos de capital até 2022, os efeitos adversos do surto do coronavírus no preço da eletricidade e procura no Brasil e Península Ibérica e os seus dividendos relativamente altos e alavancagem, apesar de estar a diminuir”.
No dia 15 de julho, a EDP anunciou ao mercado um aumento de capital em mais de mil milhões de euros para financiar a compra da espanhola Viesgo, uma transação avaliada em 2,7 mil milhões de euros do valor de 100% da Viesgo, “de forma a ter um impacto neutro na dívida líquida consolidada e no EBITDA [rendimentos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]”.
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