Fitch vê PIB português a cair 6,6% em 2020 e desemprego acima dos 10%
A Fitch prevê que a economia vá contrair 6,6% este ano, seguindo-se uma recuperação parcial de 3,7% em 2021. A agência de rating vê o desemprego acima dos 10% e a dívida pública num novo máximo.
A Fitch está mais otimista do que o Governo e outras instituições, como a Comissão Europeia e o Banco de Portugal, relativamente à evolução da economia portuguesa em 2020. Num novo relatório sobre Portugal e a banca, divulgado esta quinta-feira, a agência de rating prevê uma quebra do PIB de 6,6% este ano, abaixo da recessão na casa dos 9% onde se situam as piores previsões, seguindo-se uma recuperação de 3,7% em 2021.
“Contudo, existem elevados riscos descendentes relativamente a estas expectativas dada a incerteza sobre a duração e o alcance do surto de coronavírus e sobre como é que isto irá impactar o turismo“, ressalva a agência de notação financeira, sugerindo, assim, que os números reais podem vir a ser piores. No segundo trimestre, a Fitch prevê uma “contração profunda” — o valor será conhecido já esta sexta-feira –, seguida de uma recuperação no segundo semestre.
Para a taxa de desemprego, a Fitch prevê que esta fique perto ou mesmo acima de 10%. Já a dívida pública deverá situar-se nos 133,4% do PIB no final deste ano, “o que é ligeiramente superior ao pico de 2014 (132,9% do PIB)”. No caso da dívida privada, esta deve subir para os 210% do PIB, mas continuará aquém dos 260% registados na última crise.
Para a Fitch, “Portugal tem uma economia pequena e aberta que depende significativamente das exportações e do turismo, deixando o país vulnerável ao enfraquecimento da economia europeia e à redução dos fluxos turísticos“. A esta vulnerabilidade estrutural da economia portuguesa junta-se o “elevado nível de endividamento público e privado”.
Por fim, a Fitch deixa um aviso: uma segunda onda de infeções no país e na Europa iria levar a “quedas muitas maiores do produto em 2020 e potencialmente a uma recuperação mais fraca em 2021”.
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